Por Isadora Carmona e Julia Lopes
Agência de Notícias do CEUB/Jornal de Brasília
Neste feriado, do dia 7, ocorre o “Ao Desapego”, um festival de brechós e marcas autorais brasilienses que tenta ressignificar e valorizar a moda circular, promovendo geração de renda, sustentabilidade e oportunidade para pequenos empreendedores.
O evento, com entrada gratuita, acontece das 12h às 18h no Conic e conta com a presença de mais de 40 expositores.
Sustentável
O projeto começou em 2011 a partir da ideia de duas amigas inspiradas pela cultura de brechós no exterior e pela vontade em fazer um simples desapego de roupas em casa.
A idealizadora e produtora do “Ao Desapego”, Carol Monteiro, explica que o projeto surgiu em uma época em que a moda sustentável ainda era muito marginalizada, frequentemente associada a objetos baratos e roupas velhas.
Porém, ao longo das edições, foi possível ressignificar muitos conceitos atrelados aos brechós, e o evento se popularizou e consolidou na capital.
“A gente entendeu que o que a gente tava fazendo com o Ao desapego tinha um valor muito maior do que simplesmente vender roupas usadas. Está atrelado a uma mudança de perspectiva de consumo e uma mudança no mundo da moda, a segunda indústria mais poluente do mundo”, diz a organizadora.
Ao longo dos anos já passaram mais de 200 expositores pela curadoria do projeto.
Segundo a produtora, o processo de seleção inicia-se um mês antes de cada edição e é dividido em duas etapas, primeiro, a inscrição é aberta para expositores concretizados no evento e depois inicia-se a divulgação aberta de vagas no Instagram do projeto.
A cada edição o projeto procura abraçar de 5 a 10 novos brechós e marcas independentes, priorizando principalmente jovens periféricos que estão começando a empreender nesse universo.
“A gente olha para quem realmente tá levando a moda circular como um negócio sério, com produtos que tenham faixas de preço condizente com o nosso público e abordam a sustentabilidade financeira”
Imagem: @icarojpg
Dentro do projeto, os valores focam em ações socioeconômicas e políticas que visam entregar um ambiente o mais democrático possível “A gente tem pilares muito bem definidos e fortes.
Equidade
Um deles é a equidade, você vai para desapego e vê o tanto que a nossa cidade é plural. É um evento que você vai ver muitas pessoas negras, você vai ver muitas pessoas trans, gordas e todos se sentindo acolhidos e com identidade”, esclarece a produtora
A escolha do local do evento, segundo Carol, também segue uma das premissas do festival, que busca um lugar de respeito onde a economia é colaborativa e os ganhos escoam para todos.
Em seus 13 anos de existência, o “Ao Desapego” tornou-se parte da agenda cultural local, onde moda e sustentabilidade são as linguagens principais e atraem pessoas de diferentes regiões para contribuir e prestigiar o evento.