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Brasília

Animais de estimação também são vítimas de furtos e sequestros

Arquivo Geral

04/03/2014 9h01

Bonitos, fofinhos e, sobretudo, caros, os animais de estimação são vítimas de furtos e, acredite, até mesmo de sequestros.  Interessadas no valor que algumas raças alcançam ou pelo desejo de ter um animal com pedigree (documento que certifica a origem do bichinho), pessoas viram criminosas quando veem a oportunidade de subtrair um cão ou gato. E algumas famílias, vitimizadas, não medem esforços para recuperar os animais: espalham cartazes, fazem anúncios em jornais e redes sociais e até mesmo oferecem recompensas e contratam detetives especializados. 

A estudante Amanda Lima, 19 anos, perdeu dois integrantes da família, quando deixou a casa aberta, em Samambaia Sul. “A casa estava sozinha, mas no mesmo lote moram outras pessoas. A minha tia, que estava próxima do portão, disse que começou a ouvir os cachorros latindo muito, mas não viu nada”, lembra. Foi só quando Amanda voltou para casa que descobriu o roubo dos filhotes de Shih Tzu. 

Amanda havia pago R$ 600 pela fêmea e  R$ 500 pelo macho, mas essa raça é vendida por até R$ 3 mil o exemplar. Assim que perceberam o que havia acontecido, Amanda e a mãe foram à delegacia registrar a ocorrência e espalharam cartazes pela cidade. A estudante conta que ouviu vizinhos dizerem que viram uma mulher andando próximo à área com dois filhotes no colo.

Saudades

Amanda nem pensa na perda financeira com o roubo, mas na saudade que sente dos bichinhos. “Eles eram a minha companhia. Sei que eles estão sofrendo, sentindo a nossa falta. Queria saber pelo menos se estão bem, vivos e se continuam juntos”, diz. 

Quem também perdeu um animalzinho foi a bancária Gláucia da Silva Amaral, 38 anos. O Shih Tzu se assutou com os fogos de artifício na virada do ano e fugiu da casa, no Park Way, cinco minutos antes da chegada de 2014. “Ele é muito pequeno, passou pela grade e saiu correndo. Quando cheguei lá fora, vi um carro parado. O motorista me viu, fechou a porta e foi embora. O Aquiles foi levado, e não foi a primeira vez”, lamenta.

Quando Aquiles ainda era um filhote, Gláucia foi buscar a filha no colégio para mostrar o novo presente  que a aguardava em casa. “A empregada foi embora e o cachorrinho ficou no portão. O caseiro de uma casa vizinha viu e o pegou. A moça que trabalhava na outra casa me contou. Dei um dinheiro que tinha dentro da carteira para ele e peguei o cachorro de volta”, conta.

A maior preocupação da dona de Aquiles é que ele esteja bem. “Eu coloquei cartazes e banners pela internet dizendo que darei recompensa para quem encontrar o cachorro”, conclui.

Até detetive para encontrar o amigo

Quando as vítimas perdem os bichos, que acabam virando integrantes da família, não há limites para encontrá-los. Além do valor gasto com a impressão de panfletos, anúncios pagos em jornal e qualquer outro meio de busca, é comum ver os donos entregando recompensas para quem encontrar o animal, que chegam a cifras que passam de R$ 1 mil.  

O custo mais inusitado para a procura do bicho de estimação é o da contratação de detetives especializados. Edilmar Lima trabalha no ramo há 23 anos e cobra até R$ 3 mil  para achar os animais. “A procura é muito grande, principalmente na época das férias. Na minha agência somos 11 detetives e incorporamos essa área porque existe essa procura”, explica.

Resultados satisfatórios

Edilmar começou a trabalhar com animais quando uma ex-namorada pediu-lhe para  tentar encontrar o seu cachorro perdido, já que ele trabalhava procurando pessoas. “Falei que era difícil porque o bicho não fala e não deixa rastros. Mas me especializei e comecei a aplicar técnicas diferenciadas. Hoje temos um resultado de quase 80% dos casos solucionados”, diz.

Onde anunciar o desaparecimento

www.centralunica.com.br

www.petvale.com.br/cachorros-perdidos/df/brasilia.asp

facebook.com/AnimaisPerdidosBrasilia

www.proanima.org.br/cade-rex/perdi

www.amigosdobicho.blogspot.com.br


Valor atrai para roubo

Com os casos passados, o detetive Edilmar Lima aprendeu uma importante lição: quem acha um cachorro na rua decide ficar com o animal pensando no lucro mesmo. Há cachorros caríssimos. Alguns filhotes chegam a custar até R$ 3 mil, dependendo da raça, e podem ser facilmente vendidos, inclusive, em feiras da cidade.

Entre as histórias acumuladas durante os anos de profissão, uma recente chamou a atenção de Edilmar. “Nós fizemos uma investigação na área, começamos a perguntar pelo cachorro, espalhamos cartazes e a pessoa que pegou o bicho ficou com tanto medo das consequências que abandonou a cadela no parque”, conta. 

O detetive diz que a pessoa ligou anonimamente para a equipe dele, que, assim, conseguiu encontrar a cachorrinha “dentro de um buraco, amarrada em um pedaço de pau”, lembra.

Ajuda a quem precisa

Enquanto algumas pessoas pegam, sem dó, os animais de estimação dos outros, tem gente que faz o contrário: usa de todos os meios para devolver aos donos um bichinho perdido. Esse foi o caso de Gabriela Rezende, 18 anos, estudante de veterinária. No último dia do ano passado, ela encontrou uma cadela perdida na rua e conseguiu entregá-la para o dono em apenas dois dias. “Provavelmente ela fugiu de casa por causa dos fogos. Acolhi a cachorrinha e no dia seguinte já divulguei na internet. No dia 2 de janeiro a levei aos dois pet shops da região e no segundo a reconheceram”, relata.

Nunca passou pela cabeça da futura veterinária a opção de ficar com o cachorrinho. Ela estava preparada para espalhar cartazes e faixas pela cidade, se necessário fosse: “Se eu tivesse perdido o meu cachorro ia querer que devolvessem. Vi que ela estava bem cuidada, com lacinho, estava na cara que tinha dona”, observa. 

A Polícia Civil diz que quando um animal é roubado ou perdido a vítima pode registrar a ocorrência na delegacia mais próxima. Sites e páginas nas redes sociais também ajudam nas buscas. Muitos dos sites especializados ainda enviam orientações importantes.

Memória

Em fevereiro do ano passado um casal paulista perdeu seu cachorro, Lion, da raça alemã dachshunds,  em uma conexão da TAM em Brasília. O casal voltou para a capital em busca do cãozinho e visitou famílias que postaram fotos nas redes sociais de um encontrado com características similares.

 

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