Na manhã de ontem, a Agência Nacional de Águas (ANA), lançou três Atlas de Abastecimento Urbano de Água. Nele foram levantadas as condições dos mananciais e dos sistemas de produção de água em 2.965 municípios, o que mostra que 64% deles, 1.896 necessitam de investimentos prioritários. Segundo José Machado, diretor presidente da ANA, o total seria na ordem de R$ 18,2 bilhões para serem investidos até 2015, o que garantirá o abastecimento de recursos hídricos até 2025. Somados todos os investimentos necessários no tratamento e coleta de esgotos para a proteção das captações, chega-se ao montante de R$ 41,1 bilhões.
Os Atlas de Abastecimento Urbano de Água se dividem em Regiões Metropolitanas, Nordeste e Sul. No primeiro citado, abrange as capitais dos estados, regiões metropolitanas, regiões integradas de desenvolvimento e todas as cidades com mais de 250 mil habitantes. São ao todo 430 municípios responsáveis por 70% do PIB brasileiro que abrigam 60% da população urbana
do Brasil.
Das 430 cidades, 66% precisam de investimentos em ampliações e adequações de sistemas produtores ou no aproveitamento de novos mananciais, com ordem de R$ 12 bilhões. Além de R$ 15,7 bilhões em tratamento de esgotos. Dentro deste atlas está a região do DF e Entorno, que necessita que sejam investidos R$ 758,3 milhões, nos sistemas Corumbá IV, Lago Paranoá (que
poderá ser utilizado para abastecimento), Bananal e outros sistemas isolados.
No Atlas Nordeste a atualização e a complementação dele inclui mais de 508 municípios do semiárido com menos de cinco mil habitantes, totalizando 1.892 sedes urbanas com 40 bilhões de pessoas. As propostas garantem o abastecimento a uma população urbana estimada em 52,7 milhões em 2025. O balanço estre a oferta e a demanda de água indica que 73% das cidades podem sofrer déficit de abastecimento daqui cinco anos, resultado de problemas com a oferta de água do manancial ou da capacidade dos sistemas de produção.
Para as sedes do nordeste são previstos investimentos de R$ 9 milhões, beneficiando 39 milhões de pessoas em 2025. Também previstas a implantação ou ampliação da coleta e do tratamento de esgotos em mais de 800 municípios. Incluindo todas as obras, os investimentos propostos totalizam R$ 20,8 bilhões, sendo 43% para abastecimento de água e 57% para obras de proteção dos mananciais.
Por fim, o Atlas Sul consolida o planejamento da oferta de água para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, somando 789 municípios com cerca de 13,5 milhões de habitantes. As avaliações realizadas neste atlas permitiram identificar que 44% das cidades estudadas requerem investimentos em ampliações e adequações de sistemas produtores ou no aproveitamento de novos mananciais, com investimento de R$ 1,03 bilhão.
Nos dois estados projeta-se um incremento demográfico de quase 2,9 milhões de habitantes até 2025. O total de investimentos em água e esgoto chega ao montante de R$ 10 bilhões previstos.
De acordo com Sérgio Ayrimoraes, especialista em recursos hídricos da ANA, a demanda total de abastecimento é de 553m³por segundo. José Machado, explica que a ANA defende que as decisões devem ser tomadas o quanto antes e que os governos sejam capazes de tomá-las em todos os municípios, principalmente os que ainda não têm projetos na área. “O atlas é um portfólio de investimentos para ser usado principalmente em regiões mais críticas, que são as mais metropolitanas que apresentam aumento de demanda”, ressalta. Ele ainda completa que o DF e o Entorno tem necessidade de buscar por novos mananciais de modo que sejam necessários investimentos para a captação de novos sistemas.
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