Os participantes da 21ª edição da Olimpíada Internacional de Linguísticas realizaram nesta segunda-feira (29), as provas em equipes, no hotel St Paul Plaza. O penúltimo dia da competição também contou com palestras de línguas indígenas e línguas de sinais. O resultado das provas individuais e em equipes serão revelados nesta terça-feira (30), dia em que também acontece a entrega de medalhas de ouro, prata e bronze para os três mais bem colocados, além da menção honrosa.
O coordenador do Instituto Vertere, organização responsável por essa edição do IOL, Bruno L’Astorina, explicou que o objetivo das questões que os grupos de quatro estudantes da mesma delegação tiveram que resolver, foi trabalhar esse processo de lidar com o elemento surpresa de uma língua que nunca tiveram contato. Os problemas das questões foram compostos ao longo do ano por um comitê de problemas permanente da Olimpíada. Bruno apontou que eles também produzem problemas em todas as línguas dos 39 países participantes. “Nós queremos valorizar a diversidade das línguas, por exemplo: os iranianos estão fazendo em persa, os coreanos estão fazendo em coreano, os romanos em romano e os brasileiros em português”.
A prova em equipe foi o último ato da olimpíada, que também contou com a prova individual na sexta-feira (26) e com diversas atividades, oficinas e passeios. Os alunos chegaram a conhecer o Salto do Itiquira em Formosa. Nesta terça-feira (30), acontece a cerimônia de encerramento com a premiação. Em seguida, a bandeira do IOL será transferida para o país que sediará o evento no próximo ano. Como a primeira edição está chegando ao fim, Bruno acredita que as pessoas estavam muito empolgadas e satisfeitas ao longo dessa semana. “Elas estão encantadas com o Brasil e com Brasília”.
Suporte ao longo dos dias
Ao longo desses dias, além das equipes com os 250 estudantes que vieram de vários países e dos 21 membros que compõem o júri da Olimpíada, o evento teve o apoio de 20 voluntários de vários lugares do país e do mundo. Michelle Molikawa, 32 anos, veio de Londrina, Paraná, para participar pela primeira vez do evento como voluntária. Ela não conhecia Brasília e está adorando a cidade. “A capital é muito mais bonita e mais interessante do que eu imaginava”.
Michelle é revisora e tradutora, então é muito propício o voluntariado neste torneio. “Eu conheci essa Olimpíada depois que comecei a cursar a minha segunda graduação ano passado”. Atualmente, ela é estudante de letras e como sempre teve interesse em linguística, quando viu o formulário disponível para voluntários, ela se candidatou. “Eu pretendo ser professora um dia e estar imersa num evento internacional é muito interessante para entender como os alunos refletem a linguística”, comentou.
Ela está achando incrível participar como voluntária, porque ela consegue observar que os alunos se interessam por todas as atividades propostas e a organização é muito engajada. “O evento em si é muito rico e você consegue ver um intercâmbio de culturas muito prolífico”. Michelle não teve contato com a Olimpíada de Linguística quando era estudante, mas ela sabe o quanto uma Olimpíada é importante para a formação dos alunos. Ela considera que o evento também pode beneficiar muito os professores.

O estudante de letras Fernando César, 19 anos, mora em São Paulo e antes de ser voluntário nesta edição, já esteve em Brasília outras vezes para participar da Olimpíada Brasileira de Linguística em 2022 e para trabalhar na OBL. Ele também participou como aluno da Olimpíada Internacional de 2022 na Ilha de Man. Para ele, a capital federal tem uma estrutura muito boa para esses eventos grandes. “Nós pudemos pensar em várias excursões diferentes, porque a região tem muitas opções de lugares bonitos para visitar”.

Fernando salientou que é bem diferente trabalhar na competição e participar como concorrente. “Você vê as coisas, por outro lado, porque quando você é aluno, você até tem receio de falar com as pessoas. O júri, por exemplo, ou os próprios organizadores, são vistos como pessoas muito acima de você”, citou. Para ele, uma parte boa de trabalhar na Olimpíada, é desmistificar isso e ver como tudo é muito humano.
Ele cursou um ano e meio de direito na Universidade de São Paulo, mas quando teve a oportunidade de ir para a Olimpíada Internacional e começou a trabalhar na Olimpíada Brasileira de Linguística, ele teve que produzir alguns problemas para as provas. ‘Eu comecei a perceber cada vez mais, que aquilo era o que eu gostava mesmo de fazer”. Ele gosta muito do evento e fica muito feliz de participar como voluntário. “E ter esse contato com linguistas do mundo todo, com pessoas que falam diversas línguas diferentes, é maravilhoso para minha formação”.