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Brasília

70% dos presos são reincidentes

Arquivo Geral

08/04/2013 8h50

O filme se repete diariamente em todo o Brasil: reincidentes cometendo crimes que chocam a população. São pessoas que já cumpriram pena e, ao retornar às ruas, voltam a cometer infrações diversas. Alguns o fazem mesmo em liberdade condicional. No Distrito Federal, não é diferente. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, cerca de 70% dos detentos teriam cometido outros crimes antes da condenação atual. De acordo com especialistas, as causas são a falha das políticas de reinserção social dos presidiários e  a pouca rigidez das penas aplicadas. 

 

A população carcerária do DF é de 11,8 mil presos.  Além destes, há 6.445 sentenciados em prisão domiciliar, 551 em liberdade condicional e 111 em suspensão condicional da pena – quando o réu pode não cumprir a sentença, caso preencha requisitos. 

 

Suspensão condicional

Existem ainda 630 beneficiários de suspensão condicional do processo – que evita o início do processo em crimes cuja pena mínima não ultrapassa um ano ou quando o acusado não for reincidente em crime doloso e não esteja sendo processado por outro crime –, além de 4.207 sentenciados em penas restritivas de direitos, prestação de serviços, por exemplo.

 

Apesar das estimativas, até hoje inexistem dados precisos de qual  seja a porcentagem exata de detentos que voltam a cometer delitos após a liberdade. 

 

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) planeja divulgar em, no máximo, seis meses uma pesquisa nacional sobre a reincidência criminal. 

 

Poucos realmente querem mudar

Quem viveu atrás das grades relata as dificuldades que os presidiários enfrentam, e a  inexistência de políticas de ressocialização. Um ex-detento, que não quis ser identificado, acredita que a permanência em uma penitenciária só tem efeito educativo em quem pode conseguir oportunidades depois de solto. Acusado de tráfico de drogas, o jovem, de 24 anos, é oriundo de uma família de classe média e conseguiu retomar a rotina de trabalho e a faculdade, mas afirma que a maioria dos presidiários pensa somente em não ser pego quando estiver cometendo crimes após sair do cárcere.

 

 “Dentro da cadeia não se tem preocupações. Lá eu vi gente que sabia que ia voltar para a cadeia. Muitos ficam pensando no jeito que vão fazer para melhorar os golpes. Vi pouca gente querendo mudar, de verdade”, afirmou. “O bandido entra com pouca experiência no crime, mas sai de lá com contatos, sabe melhor onde comprar armas, quem vende drogas. Cria-se, praticamente, um network do crime”, alertou.

 

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