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Brasil

Mais um racha na maçonaria brasileira: São Paulo sai do GOB

Arquivo Geral

15/09/2018 16h00

Da redação
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No mesmo dia da posse do novo grão-mestre geral, Múcio Bonifácio Guimarães, e de seu adjunto, Ademir Cândido da Silva, o Grande Oriente do Brasil (GOB) enfrenta mais um capítulo de sua interminável crise. Com 82,5% dos votos a favor (306, com 65 contra e cinco em branco), o Grande Oriente de São Paulo (GOSP) aprovou sua desfederalização da entidade nacional, passando a existir como potência maçônica autônoma. Isso representa, caso todas as lojas continuem filiadas ao GOSP, uma perda de receita de R$ 3,5 milhões por mês.

Para o GOSP, com a decisão, todas as lojas jurisdicionadas a ele estão oficialmente fora do GOB. Para não continuarem no GOSP, as lojas paulistas precisam pedir a desfiliação da entidade paulista e criarem um novo Grande Oriente estadual, pedindo, então, a filiação ao GOB. Já a entidade nacional defende a tese de que as lojas seguem filiadas a ela, e que se quiserem sair, será preciso refundá-las. A polêmica, pelo visto, ainda está longe do fim.

Leia mais: Crise ameaça unidade do Grande Oriente do Brasil

Antes da decisão de desfiliação do GOSP, o Grande Oriente do Brasil (GOB) tentou impedir a saída do maior Oriente da federação. Primeiro, o então Grão-Mestre Geral, Ricardo Maciel Monteiro de Carvalho, que na sexta-feira voltou a presidir a Assembleia Legislativa dos maçons, divulgou vídeos exortando as lojas a não comparecerem à votação deste sábado. Também houve tentativas de intervenção administrativa no GOSP e de afastamento do grão-mestre Kamel Aref Saab.

As medidas fracassaram tanto no ambiente maçônico, já que o GOSP ignorou o afastamento de Saab e manteve a reunião. Na Justiça Comum, despacho do juiz Guilherme Ferreira da Cruz, do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP), dado na terça-feira (11), manteve a Assembleia convocada para este sábado, que aprovou a desfederalização.

No último dia 10, o GOB divulgou em seu site oficial o resultado das eleições realizadas em 18 de agosto, e que deram origem ao protesto dos paulistas. A chapa única, de Múcio e Ademir, recebeu 16.602 dos 25.232 votos dados na urnas, com 5.240 nulos e 3.390 em branco. Mas houve ainda um significativo número de maçons que não compareceu às urnas, número que não foi divulgado pela entidade. Mas sabe-se que, no âmbito do GOB, existem mais de 68 mil filiados.

O quantitativo de votos nulos e em branco e os ausentes nas eleições foram uma forma de protesto de parte do eleitorado maçônico que compareceu e organizou as eleições contra as manobras que afastaram do pleito a chapa de oposição, comandada por Benedito Marques Ballouk Filho, e que tem grande apoio do GOSP e de outras entidades estaduais. Há sinais de que outras entidades estaduais podem seguir o mesmo caminho. Os Grandes Orientes de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Ceará podem acompanhar a decisão e o de Pernambuco já deixou o GOB.

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