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Brasil

Crise ameaça unidade do Grande Oriente do Brasil

Arquivo Geral

23/06/2018 16h10

Reprodução

Da redação
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Sociedade que já esteve reunida em causas históricas, como a independência do Brasil, a libertação dos escravos e a proclamação da República, o Grande Oriente do Brasil (GOB) passa por uma de suas piores crises. Acusações de cassações arbitrárias e de ingerências políticas entre poderes que deveriam ser autônomos, além da denúncia de tramas para aniquilar as correntes de oposição marcam a instituição, a maior e mais antiga organização nacional de maçons do país.

No centro da confusão está o grão-mestre geral do GOB, o servidor público aposentado Marcos José da Silva, que termina seu segundo mandato com contas rejeitadas e sob acusação de comandar uma caça às bruxas comparável à sofrida pelos maçons em épocas antigas.

Com decretos que suspendem direitos maçônicos, ele estaria promovendo, segundo a oposição, perseguições que envergonhariam José Bonifácio de Andrada e Silva, Dom Pedro I, Deodoro da Fonseca, Quintino Bocaíuva e Nilo Peçanha, que ocuparam a mesma cadeira em que hoje Marcos José da Silva está sentado.

A rigor, os problemas começaram na campanha para as eleições da nova gestão do GOB, que deveriam ter ocorrido em 10 de março deste ano. O pleito acabou suspenso por tempo indeterminado após uma guerra entre situação e oposição nos tribunais maçônicos. No meio do caminho, em 3 de abril, houve a morte de Eurípedes Barbosa Nunes, adjunto de Marcos José da silva e escolhido pela situação para ocupar seu lugar. Ele acabou substituído pelo coordenador da campanha, Múcio Bonifácio, na chapa GOB para os Maçons, em manobra considerada ilegal pela oposição.

Ao mesmo tempo, o Supremo Tribunal Federal Maçônico (STFM) cassou a chapa Novo Rumo, de oposição, comandada por Benedito Marques Ballouk Filho. O STFM sofre forte influência de Marcos José da Silva.

Desde então, ele vem promovendo o afastamento de grão-mestres estaduais e de boa parte dos membros que se insurgem contra as táticas de manter no poder o grupo ligado a ele. Umas das mais recentes foi a suspensão dos direitos maçônicos, por seis meses, do deputado maçônico William Carvalho, por suposto crime de opinião.

Como as estruturas de organização nacional do GOB se assemelham às do Brasil, Carvalho estaria protegido pela imunidade parlamentar, e qualquer medida em relação aos seus direitos como deputado deveria passar pela Assembleia Legislativa dos maçons. Não foi o que ocorreu, e ele acabou afastado do mandato em uma canetada do grão-mestre, aceitada sem reclamação por Ricardo Maciel Monteiro de Carvalho, presidente da Assembleia Legislativa.

Mas não apenas isso: o deputado maçônico foi impedido de participar da reunião que ocorreu na manhã deste sábado. Acabou sendo retirado por seguranças, sob protesto de deputados que apoiam a oposição e recebendo críticas dos situacionistas.

Veja vídeo:

https://youtu.be/dnjmMZ0GsS4

Ricardo Maciel Monteiro de Carvalho vai substituir em breve a Marcos José da Silva, por conta do fim do mandato. A rigor, o grupo do atual grão-mestre mantém o poder no GOB e já pode preparar a sucessão definitiva. Resta saber se haverá ou não eleições, e se novas manobras vão continuar alijando a oposição do processo.

 

 

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