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Brasil

Casos confirmados de coronavírus entre indígenas chegam a 23

Além disso, 46 casos foram descartados e seis se recuperaram da doença

Redação Jornal de Brasília

17/04/2020 16h28

Foto: Índios da etnia Karajá / Reprodução

A Secretaria Especial de Saúde (Sesai), em seu balanço mais recente, divulgou que existem 23 casos confirmados de Covid-19 entre a população indígena. As informações foram atualizadas na tarde da última quinta-feira (16) e conta com mais 25 casos suspeitos da doença. 

Todos os casos estão na  região Norte do país, em cinco Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI).  No distrito Alto Rio Solimões são oito ocorrências, Manaus conta com 12 e Médio Rio Purus, Parintins e Yanomami, que têm somente um caso. 

São 12 pacientes femininas e 11 do masculino, com média de 32 anos de idade, e apenas dois infectados fazem parte do grupo de risco, um paciente com 60 anos e outro com 79. 

Uma vítima fatal foi o yanomami Alvaney Xiriana, que tinha apenas 15 anos de idade. No total, três óbitos de indígenas infectados pelo novo coronavírus constam dos registros oficiais do governo federal.

Além disso, 46 casos foram descartados e seis se recuperaram da doença. 

O primeiro caso confirmado de coronavírus entre indígenas apresentou sintomas no dia 17 de março. “A notificação dos dois primeiros casos confirmados ocorreu na semana epidemiológica 13 (22/03 a 28/03), com um pico na semana epidemiológica 15 (05/04 a 11/04)”, explica boletim epidemiológico

A circulação do vírus entre indígenas explica-se pelo fato de 12 casos terem sido registrados próximos a municípios com transmissão comunitária confirmadas. Dos três indígenas falecidos, dois foram infectados em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS), onde faziam tratamento; um em Manaus e o outro em Boa Vista.

O Ministério Público Federal (MPF) emitiu uma nota, no último dia 2, onde recomenda ações emergenciais de proteção à saúde dos povos indígenas. O órgão afirma que “as medidas de restrição de acesso em vigor atualmente não garantem proteção territorial suficiente para evitar o contágio dos povos indígenas pelo novo coronavírus”.

De acordo com o MPF, a presença “de garimpeiros, madeireiros, dentre outras atividades criminosas” acaba anulando a proteção que políticas sanitárias e de isolamento social poderiam assegurar.

No documento o órgão ainda pede que a Fundação Nacional do Índio (Funai) implemente “imediatamente medidas de proteção territorial em todas as terras indígenas identificadas ou delimitadas, declaradas ou homologadas”. 

Para auxiliar no isolamento social, as aldeias estão se organizando para evitar que pessoas de foras da comunidade entrem nas comunidades. Até esta quarta-feira (15), havia bloqueios em 12 estados, feitos por 23 povos.

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