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Vinhos e Vivências
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O que é degustação vertical?

Más Vino faz a primeira degustação vertical do vinho brasileiro Mada, da Vinícola Thera. Trago as reações a vocês nesta coluna

Cynthia Malacarne

17/03/2023 5h00

Foto: Divulgação

Na última quarta-feira (15), participei de uma degustação vertical no wine bar Más Vino, localizado na 306 Sul. O vinho escolhido foi o Madai, nas safras 2017, 2018, 2019 e 2020, da vinícola da Serra Catarinense, Thera, e o sommelier Daniel Souza Carneiro conduziu brilhantemente.

Aproveitei a oportunidade para conversar com o Daniel sobre as peculiaridades e diferenças de uma degustação vertical com a horizontal. Segundo o sommelier, este tipo de degustação compara um vinho de uma determinada vinícola elaborado em diferentes safras. Uma ‘vertical’ permite que os degustadores vejam a evolução de um rótulo específico ao longo do tempo, bem como entendam melhor o efeito das condições climáticas, de cultivo, maturação da uva, além de quaisquer mudanças no processo de vinificação, como alteração de porcentagem de uvas na assemblagem e tempo de maturação.

Daniel ressalta que cada ano pode ser muito diferente do outro devido às possíveis tempestades de granizo, geadas, terremotos e incêndios florestais. Cada safra produz um vinho único e, muitas vezes, algumas safras custam mais que outras, porque o rendimento foi menor ou quando ela é considerada uma super safra.

O que torna a degustação vertical tão interessante é a oportunidade que o degustador tem em entender a variação de aromas, sabores e evolução de um vinho em diferentes safras. A questão do envelhecimento é muito importante, porque sempre nos foi passado que quanto mais antigo um vinho melhor, e isso não é uma máxima, é uma questão muito particular. Há pessoas que preferem vinhos mais jovens.

Vertical x horizontal
Perguntei ao sommelier Daniel a diferença entre a degustação vertical e a horizontal. Segundo ele, na horizontal, são comparados vinhos da mesma safra, mesma região e ou estilo, mas de produtores diferentes.

Para Daniel, a degustação horizontal é mais indicada para quem ainda não tem muita experiência no mundo do vinho e quer conhecer mais produtores, regiões e estilos.

Já a degustação vertical exige um pouco mais de conhecimento para, principalmente, diferenciar os aromas primários (encontrados na uva), secundários (provenientes das fermentações alcoólica e malolática) e terciários (maturação).

Voltando à degustação do vinho Madai, Vinícola Thera, nas safras 2017, 2018, 2019 e 2020, um ponto alto foi a constância no estilo do enólogo e a evolução perfeita desse vinho, em diferentes safras.

Antes de dar minha opinião, preciso dizer que cada um tem seu perfil vínico, eu tenho o meu e você que está lendo esta coluna tem o seu, que pode ou não ter semelhanças com o meu. Isso é o mais interessante no mundo do vinho.

Quanto aos vinhos degustados o meu preferido foi o Madai 2017. Na verdade, logo que foi servido não pensei que seria o meu campeão da noite, mas na medida que ia evoluindo na taça, seus aromas foram abrindo, a fruta já não era tão proeminente, mas estava ali. Os aromas terciários, de couro, tabaco, chocolate eram mais presentes, com um toque de pimenta negra. Na boca tinha uma acidez equilibrada, taninos firmes e era notável que ainda tinha muitos anos para evoluir.

O mais interessante nessas degustações é a troca que acontece entre as pessoas. As sensações, opiniões e gostos muitas vezes são diferentes e isso gera crescimento e debates saudáveis.

Para quem quer provar mais vinhos, adquirir mais “litragem” e assim obter mais conhecimento, recomendo participar de degustações como essa. Inclusive, o valor que se paga para participar de uma degustação é menor do que se comprasse apenas uma garrafa do vinho em questão.

O wine bar Más Vino tem uma extensa agenda todos os meses com degustações e cursos de vinho. Mais informações: @masvinobrasilia

Mistral abre loja-conceito em Brasília

A importadora Mistral inaugurou, neste mês de março, loja-conceito na CLS 206, Asa Sul, em Brasília. São apenas duas lojas com este conceito no Brasil, uma localizada em São Paulo, no Shopping JK Iguatemi e Brasília foi a cidade escolhida para a abertura da segunda loja.

A Mistral Brasília está belíssima, com uma decoração minimalista. O projeto arquitetônico assinado pelo arquiteto Daniel Fromer traz um ar de requinte, elegância e sofisticação, com muita leveza.

A exposição das garrafas penduradas pelo gargalo em nichos de madeira torna a visualização fácil pelo cliente. Logo na entrada tem os vinhos do Novo Mundo com uma variedade ampla de vinhos da Argentina, Chile, Estados Unidos, Austrália e África do Sul. Do outro lado estão os vinhos do Velho Mundo, destaque para o vinho Studio, da vinícola do ator Brad Pit, além dos conhecidos e famosos Vega Sicilia, Lynch & Bages, Pintia, Viña Tondonia, dentre outros.

A ampla oferta de vinhos Tokaj (Hungria), Jerez (Espanhã) e Sauternes (França) é de deixar qualquer enófilo desorientado, querendo comprar toda a loja. Mas não pense que só há vinhos caros, há uma lista extensa de vinhos com ótimo custo-benefício.

Além dos vinhos, é possível comprar taças e decanters da marca austríaca Riedel que leva a experiência da degustação do vinho para um patamar mais elevado.

Mistral Brasília
CLS 206 Bloco C loja 12, Asa Sul
Telefone: (61) 3701-1000

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