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Vinhos e Vivências
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Jantar Vínico à moda portuguesa em Brasília

É tradição em Portugal o jantar vínico, que consiste em um jantar organizado por alguma vinícola, em um determinado restaurante da cidade, geralmente em Lisboa ou no Porto

Cynthia Malacarne

08/05/2022 0h09

É tradição em Portugal o jantar vínico, que consiste em um jantar organizado por alguma vinícola, em um determinado restaurante da cidade, geralmente em Lisboa ou no Porto. Neste jantar harmonizado, o enólogo irá apesentar seus vinhos, contar a história da adega, explicar o cultivo da uva, bem como seu modo de vinificação, e com qual prato irá harmonizar melhor. São jantares longos, regados a muito vinho e prosa, onde o tempo demora a passar, fazemos amigos e estreitamos laços. Vinho é partilha e afeto.
Lembro com saudosismo todos os jantares vínicos que participei em Lisboa, ali fiz amigos que até hoje fazem parte da minha vida. Conheci produtores, enólogos, adegas e vinhos, são verdadeiras aulas práticas.

Pude reviver um pouco dessa experiência, na semana passada, em jantar harmonizado pelo wine bar Vino Brasília, na 413 Sul. Foram apresentados os vinhos da Adega Monte Branco, do Alentejo, mais especificamente da sub-região de Estremoz. O produtor e enólogo Luis Louro veio a Brasília apresentar seus vinhos, contar sua história, nos passar um pouco do seu conhecimento. Os vinhos de excelente qualidade, que expressam o seu lugar, vinificados com mínima intervenção, harmonizaram perfeitamente com o menu do Vino.

Espero que essa prática se repita várias vezes. Para os apaixonados pelo mundo do vinho recomendo ir pelo menos uma vez a um jantar vínico. No próximo avisarei com antecedência.

Com Raphael Zanette, Antônio Horácio Fernandes e Luis Louro, enólogo da Adega Monte Branco.

O Vinho do Líbano

Já provou vinho libanês? Vinho e preconceito não caminham juntos, o enófilo, apaixonado por vinho, tem que ter a mente e o paladar abertos para novas experiências. Ficar preso a uma determinada variedade de uva ou região impede o desenvolvimento do paladar e novas vivências no mundo do vinho. Por isso, depois que ler esse artigo tenho certeza de que você irá procurar um vinho do Líbano para provar.
Vinhos são elaborados no Líbano por pelos menos 5.000 anos, desde que os Fenícios domesticaram as uvas. O Líbano era parte da terra santa de Canaan. Entretanto, quando este país se tornou parte do reino árabe, onde o consumo de álcool era proibido, diminui drasticamente o cultivo dos vinhedos, apenas era elaborado vinho para os cristãos, com objetivo religioso. A vinificação libanesa moderna remonta a 1857, quando os monges jesuítas plantaram videiras no Chateau Ksara, no Vale do Bekaa. A variedade de uva era a Cinsault trazida da Argélia. O Vale do Bekaa, localizado entre Beirute e Damasco, onde hoje abriga muitos refugiados sírios, é o coração do vinho no Líbano. O clima e a paisagem secos e ensolarados do país são ideais para o cultivo de uvas. Mas não se enganem porque também há montanhas cobertas de neve no inverno.

A elevação também desempenha um papel fundamental, principalmente as colinas da região vitivinícola de Jezzine, ao sul. Em Batroun, ao norte de Beirute os vinhedos recebem a corrente de ar fresco que vem do mar mediterrâneo.

A influência francesa dominou o modo de vinificação libanês. As principais variedades de uvas cultivadas são mediterrâneas como a Syrah, Grenache, Mouvèdre e Carignan, bem como as variedades da região de Bordeaux, Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e Petit Verdot.

São vinhos geralmente encorpados, com notas de especiarias, pimentas, cúrcuma, cuminho, sumac. Os taninos e acidez dão aos vinhos tintos grande poder de guarda.

Sobre a minha experiência com vinhos libaneses, estive no Líbano em setembro .de 2017, fiquei encantada com Beirute, visitei uma vinícola boutique Chateau Belle-Vue, em Bhamdoûn, há 50 minutos de Beirute, região montanhosa, onde todo o trabalho no vinhedo precisa ser manual. Toda essa dedicação é recompensada na garrafa com um vinho excelente.

Também visitei a vinícolas mais antiga do Vale do Bekaa, a Chateau Ksara, que foi criada em 1857. Além de ter provados vinhos de vários outros produtores como Chateau Musar, Ixsir, Atibaia Winery, o dono desta vinícola, é um libanês, que possui uma propriedade em Atibaia, interior de São Paulo.
Em Brasília não encontrei vinhos libaneses, mas é possível comprar pela internet. Abra sua mente e paladar e não deixe de provar!

Vinhedo Chateau Belle-Vue, em Bhamdoûn

Vinhos libaneses do Chateau Belle-Vue

Adega subterrânea do Chateau Ksara, Vale do Bekaa

Chateau Ksara, Vale do Bekaa

Vinho Le Souverain, Chateau Ksara em comemoração aos 150 anos da vinícola em 2007.

Vinícola Italiana Valvirginio fará jantar vínico em Brasília
Olha aí mais um jantar vínico! No próximo dia 09/05 irá acontecer no restaurante Ticiana Werner, jantar harmonizado com os vinhos da vinícola italiana Valvirginio, da região de Monterspertoli, Firenze. Os vinhos serão comentados pela diretora comercial da marca Monique Salotti. Será um jantar super exclusivo com apenas 18 lugares! Corra e garanta já o seu!

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