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Por que as pessoas resistem tanto ao feedback?

Reduza resistências e maximize resultados adaptando os retornos profissionais à cultural local e empresarial

Luana Tachiki

19/11/2024 18h15

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A resistência ao feedback é algo comum tanto para gestores quanto para colaboradores. Muitos líderes têm receio de que, ao dar feedback, comprometam o relacionamento com suas equipes ou que não consigam provocar as mudanças necessárias. Essa incerteza pode gerar desconforto e tornar o processo de dar feedback construtivo estressante. Outro fator que alimenta essa resistência é a baixa frequência com que o feedback é utilizado nas empresas, reforçando uma mentalidade defensiva em relação a ele.

Especialistas afirmam que incorporar o feedback como uma prática recorrente e parte da cultura organizacional pode reduzir essa resistência, transformando-o em uma ferramenta desejada para o desenvolvimento pessoal e profissional. Quanto mais se utiliza o feedback, mais natural e eficaz ele se torna.

Wanderley Cintra, psicólogo especializado em comportamento organizacional, destaca a importância dessa prática. “Às vezes, o feedback motiva mais que o dinheiro”, afirma ele. “As coisas que mais nos motivam são aquelas que oferecem um retorno rápido.” Ele também reforça que a frequência é essencial: “Imagine que eu escondi um objeto em uma sala e pedi para duas pessoas procurarem. Se para uma delas eu der feedback a cada 10 segundos e para a outra a cada 2 segundos, qual delas vai encontrar o objeto mais rápido? Quanto maior a frequência do feedback, melhor”, conclui Cintra.

A importância do feedback contínuo

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O feedback constante é fundamental para garantir que seus colaboradores saibam se estão no caminho certo. Ele não apenas aumenta a autoconsciência da equipe, mas também estimula transformações positivas para o funcionário e para a empresa. Sem o feedback, como os colaboradores saberiam se estão evoluindo e gerando os resultados esperados?

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A prática contínua dessa ferramenta permite intervenções mais rápidas e uma análise mais precisa do desempenho. Isso torna as avaliações formais menos surpreendentes e minimiza impactos negativos.

Cuidado com o feedback generalista

Feedbacks vagos ou generalistas podem ser prejudiciais. Andy Molinsky, professor de Administração Internacional na Brandeis International Business School, compartilha o exemplo de Jens, um executivo alemão enviado a Xangai para melhorar a eficiência de uma fábrica. Jens aplicava o mesmo estilo de feedback que usava na Alemanha: direto, crítico e focado em pontos negativos, elogiando apenas em casos excepcionais.

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No entanto, o que funcionava na Alemanha foi um desastre na China. A abordagem crítica de Jens fez com que a produtividade despencasse. Naquela fábrica, os funcionários esperavam um retorno mais positivo, e eram os elogios que os motivavam a se esforçar mais.

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Jens precisou se adaptar à nova cultura e aprender a oferecer um feedback que fosse bem aceito pelos trabalhadores chineses e não penoso para sua mente alemã, sem perder sua autenticidade. Esse exemplo ilustra que não existe uma fórmula universal para dar feedback; ele precisa ser adaptado às particularidades culturais e organizacionais.

Como adaptar seu estilo de feedback à cultura local?

1. Entenda o código cultural da empresa e da região
Conheça as pessoas e os valores da instituição onde você está atuando.

2. Encontre um mentor cultural
Um mentor pode ajudá-lo a ajustar seu estilo de feedback ao público, sem comprometer sua autenticidade.

3. Personalize seu comportamento
Não se prenda a um único estilo de feedback. Jens conseguiu suavizar sua abordagem rígida e crítica, e isso fez toda a diferença. Flexibilidade é a chave para a eficácia.

Adaptar seu feedback ao contexto certo é essencial para o sucesso da liderança.

Fonte: Harvard Business Review – “A arte de dar feedback” e Valor Econômico.

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