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Passo a passo da Inteligência Emocional aplicada à liderança

Como aplicar a Inteligência Emocional no dia a dia da liderança para construir equipes mais confiantes, resilientes e produtivas

Luana Tachiki

07/08/2025 15h35

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Foto: Freepik

As Soft Skills têm se destacado como competências essenciais no mercado de trabalho, muitas vezes ausentes em graduações, MBAs e cursos de capacitação. Essas habilidades são desenvolvidas desde a formação do indivíduo, influenciadas por fatores como família, cultura e traços de personalidade. No contexto da liderança, elas são ainda mais valiosas, pois formam equipes fortes, resilientes e flexíveis. Para um líder, aplicar a Inteligência Emocional (IE) é crucial para criar um ambiente de trabalho produtivo e saudável.

A seguir, apresento um passo a passo de como aplicar a IE à liderança:

1) Autoconhecimento e autorregulação

Técnica do Diário Emocional: Registre suas emoções ao longo do dia, o que as provocou e como você reagiu a cada uma delas. Tente identificar padrões emocionais, como:

  • Controle excessivo: “Líder tem dificuldade em delegar e quer revisar tudo constantemente.” Isso pode refletir um padrão de controle exagerado. Para superá-lo, o líder deve confiar na equipe e, com o tempo, permitir mais autonomia, sem criar um ambiente de desconfiança.
  • Reatividade: “Quando alguém questiona suas decisões, o líder reage com raiva e se defende.” Este padrão muitas vezes surge de crenças limitantes. O líder que não superou certas feridas emocionais pode ver críticas como ataques pessoais, quando, na verdade, feedbacks são fundamentais para o crescimento da equipe.
  • Heroísmo: “Sempre que alguém enfrenta dificuldades, o líder resolve no lugar da pessoa.” O papel do líder é orientar, não carregar sozinho as responsabilidades. Caso contrário, a sobrecarga será inevitável.

Técnica da Pausa Consciente (Stop): Antes de reagir impulsivamente, pare, respire e pergunte a si mesmo: “O que estou sentindo? De onde vem essa emoção? O que realmente quero?” Isso ajuda a evitar respostas reativas e impulsivas, favorecendo uma comunicação mais ponderada com a equipe.

2) Escuta ativa

Quando um colaborador demonstra desânimo ou dificuldades, reserve um tempo para escutá-lo atentamente. Mantenha o contato visual, elimine distrações e faça perguntas abertas, como: “Quero entender melhor o que está acontecendo. Pode me contar?”

3) Empatia

Evite críticas e julgamentos. Em vez disso, mostre compreensão: “Imagino que esteja sendo difícil lidar com tudo isso. Obrigado por compartilhar.”

Exercício do Silêncio: Ao ouvir, espere 5 segundos antes de responder. Isso permite uma escuta mais profunda e evita respostas impulsivas.

4) Gestão de conflitos

A comunicação eficaz é essencial para gerenciar conflitos. Ensine a diferença entre mensagens acusatórias (“Você sempre…”) e aquelas em primeira pessoa (“Eu me sinto…”), que ajudam a descentralizar o conflito.

Além disso, promova reuniões contínuas para alinhar expectativas e reduzir atritos. Encontros periódicos permitem que a equipe compartilhe como se sente em relação ao trabalho, prevenindo pequenos problemas de se tornarem grandes.

Role Play de Conflitos: A prática de soluções colaborativas por meio de simulações de conflitos pode fortalecer a capacidade de resolução de problemas dentro da equipe.

5) Comunicação não violenta (CNV)

A CNV, proposta por Marshall Rosenberg, é uma ferramenta poderosa para líderes. Aplique os quatro passos da CNV:

  1. Observação (sem julgamento): Descreva a situação de forma objetiva, sem críticas ou interpretações.
  2. Sentimento: Expresse como você se sente em relação ao que aconteceu, identificando e comunicando a emoção autêntica. Exemplo: “Percebi que fiquei frustrado e preocupado.”
  3. Necessidade: Revela qual necessidade não está sendo atendida. Por exemplo: “Valorizo a pontualidade porque respeito o tempo de todos.”
  4. Pedido claro: Faça um pedido concreto e viável. “Você poderia se organizar para chegar no horário nas próximas reuniões?”

O líder precisa refletir constantemente sobre seu comportamento e o dos seus liderados. Toda abordagem deve ser estratégica, e até mesmo as respostas espontâneas devem ser moldadas por reflexões prévias. A prática da IE aplicada à liderança fortalece a capacidade de um líder em gerenciar suas relações interpessoais e manter um ambiente de trabalho saudável e produtivo.

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