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A era do debate

Hoje, se falamos sobre o que acreditamos, pensamos ou criamos, podemos receber um pitaco, seja ele a favor ou contra

Luana Tachiki

27/06/2023 13h11

Atualizada 28/06/2023 13h42

Foto: Reprodução

Vivemos na era do pitaco. Pensamos, falamos e divulgamos nossos posicionamentos. Nunca estivemos tão de frente com a oposição à exposição de uma ideia. Numa cultura ocidental, a democratização da informação nos trouxe até aqui. E no Brasil, é um direito fundamental previsto constitucionalmente desde 1988: “o poder da livre expressão e do pensamento”.

Hoje, se falamos sobre o que acreditamos, pensamos ou criamos, podemos receber um pitaco, seja ele a favor ou contra. E quando é o contrário do que afirmamos, nasce um debate. Se pensamos e divulgamos nossos pensamentos nas redes sociais, por exemplo, em algum momento podemos ser questionados por algum posicionamento tomado. A partir disso, abrem-se várias opiniões, iniciando-se um debate.

O que é um debate?

São duas versões distintas sobre uma ideia/tema. Uma pessoa afirma algo, e outra, por algum motivo, discorda daquela afirmação. Exemplo: o professor e especialista em gerenciamento de riscos e segurança Geraldo Portela disse que a ausência de comunicação denunciou que algo catastrófico havia acontecido com o submersível Titan. A partir disso, várias opiniões contrárias ao posicionamento do especialista poderiam surgir. Baseadas em afirmativas de outros especialistas ou não.

Outro exemplo hipotético: Regiane diz que após acompanhar a desastrosa implosão do OceanGate envolvendo grandes milionários, ficou perplexa em saber que o motivo de os fabricantes escolherem o material de fibra de carbono foi para economizar na missão. E o uso desse material, de acordo com especialistas, foi o principal fator da tragédia ter ocorrido no fundo do Oceano Atlântico. Outras pessoas se posicionaram para apoiá-la em sua opinião, até o momento em que uma mulher refuta a opinião de Regiane e dos especialistas afirmando que: “quem não quer correr riscos, não saia de casa”, utilizando uma frase dita pelo próprio Stockton Rush, fundador e CEO da OceanGate, em um podcast sobre a expedição rumo ao fundo do mar. Ele também disse que “Em algum momento, a segurança é apenas puro desperdício”.

Foto: Reprodução

Neste momento, nasceu um debate. Duas opiniões esplanadas e fundamentadas. A inicial com base na opinião de especialistas que acreditam ter sido uma má escolha o uso da fibra de carbono, a outra, na sua própria opinião trazendo argumentos do CEO, que afirmou que devemos nos desapegar da segurança em alguns momentos, e por mais que ela não tenha se baseado em evidências, trouxe uma reflexão sobre o ponto questionado.

Quando a outra parte contra-argumenta, mudando a temperatura do debate e o extendendo por um tempo, na qual ambas seguem convictas em suas posições, torna-se uma discussão.

Desafios de um debate

O maior desafio não é ficar invicta numa convicção, mas manter a inteligência emocional diante de uma oposição. Mudar de opinião não é um crime e pode ser bem-vindo, quando a oposição nos convence dos nossos propósitos argumentos. É necessário aprender ouvir lados contrários e manter-se numa posição pacífica, sem estresses e desentendimentos. O que muitas vezes ocorre o contrário, ao se apegar veementemente num lado da história podemos nos fechar e não ouvir outras versões e até mesmo entender como uma ofensa.

O ideal é manter o debate numa temperatura saudável para não perder a razão movida pelas emoções e entender que uma opinião contrária não é uma ofensa.

Nos últimos dias, todo mundo deu seu pitaco sobre essa expedição ambiciosa envolvendo esses milionários aventureiros que se lançarem à procura de relíquias do naufrágio do Titanic, que aconteceu em 1912.

Várias temáticas foram abordadas nos veículos de imprensa sobre o assunto como: “Onde está o submersível Titan? O oxigênio só dura mais algumas horas! Falta de comunicação demonstrou algo grave? Por que milionários gostam de aventuras com risco de morte? Por que milionários se sujeitaram a uma cápsula tão desconfortável? Por que o CEO da OceanGate escolheu um formato cápsula, fora do habitual?” E, por fim, a última temática, bastante intrigante, que reverberou recentemente: “Por que o CEO da OceanGate decidiu economizar no material utilizado na missão, já que os tripulantes eram todos milionários/bilionários? Por que arriscar a vida de todos por tão pouco?”

E você? Acredita que os milionários têm inclinações para serem bitolados em suas economias ou pensa exatamente o contrário, que foi apenas um caso pontual?

Independente do que acreditamos, devemos fundamentar nossas opiniões em fontes confiáveis, ou seja, trazer opinião de especialistas que entendem do assunto, ou em histórias factuais para comparar com o ocorrido. Mas o debate deixa margens para “achismos”, ou seja, opinar a partir das nossas inclinações, do que acreditamos, pensamos, gostamos e até vivemos. O que não inválida uma posição num debate.

Ademais, se quiser ganhar força e apresentar uma versão extremamente convincente, consulte fontes confiáveis (especialistas, sites de notícias e institucionais), evidências, fatos e estatísticas, para tornar a sua versão imbatível. Mas não se estresse, mesmo diante de todas as evidências apresentadas, há quem duvide.

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