Menu
Psicanálise da vida cotidiana
Psicanálise da vida cotidiana

Marcas des-afetivas

Feridas ficaram a mostrar um corpo sem mente

Carlos de Almeida Vieira

21/10/2019 15h10

Atualizada 03/04/2020 16h07

Marcas profundas pele em aberto,
feridas onde a carne é arranhada
pelo abuso da própria carne
procurando o amor no vazio da avidez.

Marcas profundas pela falta do seio,
a ausência da ternura o excesso da sensualidade.
O amor não nasce da carnalidade,
o desamparo prenuncia um desastre.

Marcas, marcas do desejado não vindo.
Feridas ficaram a mostrar um corpo sem mente.
Marcas repletas de memórias tristes,
o coração tenta parar de bater
               [ não existiu sangue de afeto ]

Marcas roxas, avermelhadas, amarelas, depressivas.
O vazio encerra a falta do sentimento amoroso,
o ôco psíquico não se preenche com a volúpia da carne.
A ternura não veio em parceria com o corpo
               [ faltou aprender a amar ]

Marcas duradoras, perenes, pele em aberto
de feridas e cicatrizes .
Não se descobriu nomear a falta,
faltou mais que pele, faltou mente
               [ não presença desde o inicio, do amar ]

A estrela cadente quem sabe trará
o nome da rosa sem espinhos,
o afeto intrínseco no leite,
o acolhimento ao desespero
               [ o brilho dos olhos, a luz do Outro ]

Marcas, marcas,
tecido espesso sem brechas para amar,
ausência psíquica impossível nomear,
Quem sabe, um dia, a poesia cante a falta de amar.
               [ ou a ternura enlaçada na sexualidade ]

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado