Menu
Psicanálise da vida cotidiana
Psicanálise da vida cotidiana

Em memória ao homem do subsolo

Psicanálise da vida cotidiana

Marcus Eduardo Pereira

18/07/2019 19h20

Carlos de Almeida Vieira

A neve molhada cobrindo os corpos mortos.
O ódio, a vingança, o ressentimento,
De pais mortos, criança “natimorta”.
A dor lancinante de um frágil ser.

Inverno, punições, vontade de matar, desejo de morrer.
O estúpido governo o negou a morte fatal, deixou-te vivo, vivo morto, a sofrer no subsolo.
Choraste, amaldiçoaste, fizeste de ti um rato.

Eras o emblema do paradoxo.
Uma bondade infantil, também adulta e,
[Uma maldade sádica, arrogante, destruidora]
Lágrimas te caíram o tempo todo, cobrindo um corpo quase moribundo.
Amor, amor, tu tinhas oculto pela inveja e remorso.

A luz pálida da prostituta Liza deu momentos amorosos.
Tiveste uma relação sexual além de afetiva.
Não suportaste a bondade, a vingança venceu,
Também não curaste os ressentimentos.
[o amor sucumbiu com o medo de amar]

O Ser desamado ferve de feridas infinitas.
Os pais mortos dentro de ti cemitério sob névoa molhada.
O grito da ressurreição te fez pensar:
[“logo criaremos um jeito de nascer de ideias”]
És, Dostoiévski, o paradoxo do amor e do ódio humano.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado