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Olhar Strano
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Sergio Moro, a história de fracasso de um ex-herói nacional

Ovacionado em 2018, Moro viu os elogios em suas redes sociais virarem críticas e piadas. No sábado (3), o ex-juiz levou mais um duro golpe

Danilo Strano

05/09/2022 13h12

Foto: Agência Brasil

Existe um ditado famoso no mundo dos heróis em quadrinho: “Ou se morre como herói, ou vive-se o bastante para se tornar o vilão.” O ex-juiz e ex-herói nacional Sergio Moro é a prova viva de que a fama e o amor de uma população podem se transformar em algo completamente oposto com o passar do tempo.

Se em 2014 alguém ousasse falar negativamente do juiz e maior símbolo da operação Lava Jato, dificilmente seria bem recebido por seu interlocutor. Moro estava nas capas dos principais jornais e revistas, tinha espaço no horário nobre da televisão diariamente, afinal, era o responsável por aprovar operações cinematográficas da Polícia Federal, onde políticos conhecidos eram acordados quase que semanalmente por agentes da PF. O sucesso foi imediato, e o magistrado pouco conhecido virou a bola da vez. Pesquisas da época apontavam uma aprovação nacional de Moro superior a 70%.

Os anos se passaram e, em 2016, a então presidente da República Dilma Rousseff perdeu o mandato. Entre os motivos, destaca-se a pressão popular que a operação Lava Jato implicava contra aquele grupo político. O ex-juiz Sergio Moro chegou a liberar de forma ilegal um áudio de Dilma para jogar a opinião pública contra ela.

Em 2018, Moro gozava do status de celebridade nacional. Era aplaudido em voos, dava autógrafos… seu nome aparecia entre os principais na corrida pela Presidência da República daquele ano. Ele preferiu não concorrer, mas não deixou de se posicionar, declarando, no segundo turno, apoio ao candidato Jair Bolsonaro.

Mas como o ditado citado inicialmente, o sucesso não foi o bastante para Moro. Ele quis o poder, queria se perpetuar como herói. Aceitou ser ministro da Justiça de Bolsonaro, abandonado a magistratura. Esperava ser indicado como juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo presidente. Quando percebeu, porém, que não seria o escolhido, rompeu com ele.

Sem o antigo cargo e dispensado do Ministério, a situação piorou. Mensagens privadas entre Moro e procuradores da Lava Jato foram divulgadas, mostrando que o ex-juiz interferiu no processo legal da operação, tomando parte. Daí em diante, foi ladeira abaixo.

Imaginado que ainda teria apoio popular, Moro se lançou como candidato à Presidência em 2022. Foi abandonado pelo seu partido. Decidiu então que seria candidato ao Senado Federal por São Paulo, mas a Justiça Eleitoral não aceitou seu registro, afirmando que ele não tinha residência no estado e estava mentindo na tentativa desta comprovação. Desesperado pelo poder, Moro anunciou candidatura ao Senado pelo Paraná, sua real residência.

No último sábado (3) Moro sofreu mais um golpe. Sua casa foi alvo de busca e apreensão, ordenada pela Justiça Eleitoral, que busca materiais irregulares da campanha do ex-ministro.

Moro não chegou ao fundo do poço. Hoje, o candidato aparece como o melhor colocado nas pesquisas para o cargo que disputa. Em suas redes sociais, porém, o que antes eram elogios em seus posts, viraram críticas e piadas. Observemos os próximos passos do ex-herói tupiniquim.

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