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Olhar Strano
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Eleições 2022: a batalha das rejeições

Conforme as pesquisas eleitorais são divulgadas, milhares de manchetes são criadas com os números de intenção de voto de cada candidato. Mas o olhar deveria estar em outro lugar: na rejeição que cada candidato atinge

Danilo Strano

12/09/2022 10h35

Urna eletrônica

Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

Em tempos de redes sociais, o ódio tem um caminho mais fácil para ser demonstrado e sentido do que o amor. O ódio dificilmente não será correspondido; já o amor, esse parece fora de moda. Na política nacional, essa lógica não parece diferente. A cada post dos líderes para pesquisa presidencial, as manifestações de ódio dos chamados haters supera com tranquilidade o número de comentários positivos.

Conforme as pesquisas eleitorais são divulgadas, milhares de manchetes são criadas com os números de intenção de voto de cada candidato. Mas o olhar deveria estar na rejeição que cada candidato atinge e se a tendência é de queda, aumento ou estabilização.

Na última pesquisa Datafolha, divulgada na sexta-feira (9), o atual mandatário da República, Bolsonaro, tem sua rejeição superior a 50% no eleitorado. Seu principal adversário e líder na pesquisa de intenção de voto, Lula é rejeitado por 39% dos eleitores. Os outros candidatos não têm porcentagem elevada, por isso mesmo não conseguem mover paixões.

Em outros tempos, a escolha era feita sobre afinidade. Não tenho a ilusão de falar em projetos, mas pelo menos alguma proximidade com as ideias do candidato ou do partido era levada em conta. Hoje, nos palanques, se fala do ódio ao outro, e não das proposições para o país. Isso gera engajamento nas redes e nas ruas.

No palanque, no rádio, na televisão, no jornal e nas redes sociais, essa campanha se consolidou como a campanha da rejeição. Dentro desse contexto, a terceira via não consegue decolar: a escolha é entre quem odeia o atual mandatário e quem odeia o ex-presidente. O ódio passou do limite da ofensa verbal, com dois apoiadores do candidato petista serem assassinados por bolsonaristas recentemente.

Nessa semana novas pesquisas serão divulgadas. Observemos, a partir de agora, o número de rejeição, que nada mais é do que o oposto do voto, só que com sinal trocado.

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