De um escritório de advocacia para as caçarolas de uma cozinha. Mudança radical na vida da advogada e chef pâtissier Renata Diniz, que, em busca de um sonho, trocou o Direito Tributário pela sua maior paixão: cozinhar.
Os anos passaram, ela estudou Gastronomia, fez inúmeros cursos com craques da cozinha, como Ana Toscano, Simon Lau e Marcos Livi, e participou de programas como o Que Seja Doce, do canal GNT. Hoje, é referência no que faz.

Com o amor pela confeitaria materializado em profissão, Renata responde hoje por todas as sobremesas servidas nos banquetes e eventos oficiais do Itamaraty, um misto de alegria e responsabilidade. Ela bateu um papo conosco.

Como é preparar as sobremesas para as autoridades dos eventos oficiais do Itamaraty? Eles são muito rigorosos na qualidade?
O Itamaraty tem por tradição ser muito criterioso na escolha, na apresentação e no sabor dos pratos. Tudo tem que estar perfeito, até por estarmos lidando com chefes de Estado, autoridades e representantes de outros países. Ao mesmo tempo, o alto grau de exigência nos traz constante aperfeiçoamento e agrega muito valor a nossa experiência profissional.
Qual de suas inúmeras e saborosas sobremesas fez mais sucesso?
Temos que partir do pressuposto que no Itamaraty o sucesso dos pratos tem que ser a regra e não a exceção. Mas posso afirmar com convicão que o primeiro prato que fiz foi muito elogiado. Era um soverte de tapioca com calda de goiaba. Fiquei muito feliz por todos terem apreciado a iguaria.
Você busca inserir frutas e frutos específicos do Brasil nas receitas ou tenta agradar o paladar do visitante com ingredientes típicos dos países deles?
Sempre procuramos inserir frutas típicas do Brasil, uma vez que a gastronomia proporciona uma oportunidade extra de as autoridades estrangeiras conhecerem um pouco mais sobre o nosso país. Dada a tropicalidade brasileira, frutas merecem destaque no prato e são sempre ótimas escolhas, quando bem equilibradas e sobretudo harmonizadas com os outros ingredientes do prato.
É feita alguma degustação prévia antes de cada almoço ou jantar?
Dos jantares mais importantes há sim uma degustação de todos os pratos servidos. Entrada, prato principal e especialmente a sobremesa. O Itamaraty é muito criterioso e extremamente cuidadoso com os eventos promovidos lá.
As sobremesas e doces servidos são feitos na hora ou antes?
Sim, são todos produzidos no dia do evento na própria cozinha do Palácio Itamaraty. Em todos eles os ingredientes são frescos. Há uma preocupação constante com a qualidade e em especial com a segurança de cada iguaria servida.
Quem entre os chefes de Estado já provou de suas sobremesas?
Recentemente foram os presidentes Michel Temer e Mauricio Macri, da Argentina, que esteve em visita oficial ao Brasil na semana que passou.
Fotos de Hugo Schaly e arquivo pessoal