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Histórias da Bola
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Segundo Brasil X Peru em Brasília

Seleções já se enfrentaram no velho Mané Garrincha há quase quatro décadas

Gustavo Mariani

15/10/2024 10h03

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Divulgação Lance

O prélio Brasil x Peru, da noite de hoje, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, no Estádio Monumental Mané Garrincha, será o segundo entre os dois times, em Brasília. O primeiro foi um amistoso, na tarde do 28 de abril de 1985, no mesmo local, que era só Mané Garrincha – acrescentou-se o Monumental quando o demoliram e o reconstruíram para a Copa do Mundo-2014.

A grande novidade naquele partida foi a estreia do atacante baiano Bebeto (José Roberto Gama de Oliveira) na Seleção Brasileira. Aos 21 de idade, ele fazia parte do grupo de estrelas do Flamengo, desde os 19, e pedia passagem. Por o treinador Evaristo de Macedo esperar mais da dupla Walter Casagrande-Reinaldo Lima no também amistoso de três dias atrás (Brasil 2 x 1 Colômbia, no Mineirão-BH, e não ficar satisfeito, ele achou ser o jogo de Brasília a hora para testar o magrinho Bebeto.

Evaristo manteve no time o centroavante corintiano que a imprensa o apelidara por “Casão’’ – 1m91cm de altura -, por este ter feito um gol, a três minutos do final da partida que o time canarinho vencia por 1 x 0, sob desagrado da torcida mineira, e barrou o atleticano Reinaldo. O anúncio da estreia de Bebeto fez a torcida flamenguista-brasiliense lotar o Mané Garrincha – público e renda nunca divulgados – que deveria caber umas 30 mil almas, e receber o atacante com bastantes aplausos quando saiu o anúncio das duas escalações. Além dele, os torcedores aplaudiram muito, também, o goleiro Paulo Victor, que fora cria do Ceub Esporte Clube e jogara, ainda, pelo Brasília.

E rolou a pelota. Mas, assim como não agradara a torcida mineira, o time canarinho de Evaristo de Macedo desagradou, também, a galera de Brasília. Bebeto não atuou mal, mas mostrou-se desentrosado com o “Casão” (e com palmeirense que o substituiu, o Jorginho Putinatti) e com o centroavante são e o são-paulino Careca (Antônio de Oliveira Filho). Também, foi pouco acionado pelo meia-lançador botafoguense Alemão (Ricardo Rogério de Brito).

Encerrado o primeiro tempo sem gols, a torcida brasiliense até que se segurou quando o time canarinho foi para o vestiário. Mas não se segurou mais quando, aos 16 do segundo tempo, a defesa de Evaristo de Macedo bobeou e o atacante peruano Júlio César Uribe encaçapou. Dali por diante o time brasileiro mais errou do que acertou e Brasília vaiou o Brasil, representado por: Paulo Victor (Flu); Luiz Carlos Winck (Inter-RS), Oscar (SP), Mozer (Fla) e Branco (Flu); Dema (Sant), Alemão (Bota) e Casagrande (Cor/Jorginho-Palm); Bebeto (Fla), Careca (SP) e Éder Aleixo (Atl-MG/Mário Sergio/Palm). Os peruanos foram: Acasuso; Rojas, Requeña, Toribio e Gastulo; Velasquez, Cueto e Chirinos; La Rosa, Navarro e Oblitas (Uribe).

Depois daquele vexame no Planalto Central do país, o time de Evaristo de Macedo disputou mais quatro amistosos, vencendo dois – 2 x 0 Uruguai e 2 x 1 Argentina – e perdendo dois – 0 x 1 Colômbia e 1 x 2 Chile. Motivo para o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Giulite Coutinho, dispensá-lo e entregar o time a Telê Santana, que estreou, e 2 de junho daquele 1985, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, vendo a Bolívia, fora de casa, por 2 x 0, em Santa Cruz de La Sierra.

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