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Histórias da Bola
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Pelétrizante

Em, 6 de março de 1958, Pelé disputou um dos jogos mais emocionantes de sua carreira: Santos 7 x 6 Palmeiras, pelo Torneio Rio-São Paulo

Gustavo Mariani

11/08/2020 8h57

Atualizada 11/11/2020 16h19

Rolou durante noite de quinta-feira, no paulistano Pacaembu. Foi tão eletrizante que, no primeiro tempo, a turma da Vila Belmiro já mandava 5 x 2, levando o goleiro alviverde Edgar a não querer voltar para a etapa final, o que fez o técnico Oswaldo Brandão mandar a campo o reserva Victor.

Assim que o árbitro João Etzel Filho mandou a bola rolar os dois times avisaram aos torcedores  para segurarem o coração. Dizem que quatro não suportaram tantas emoções. aos 18 minutos, o palmeirense Mazolla abriu o placar. Aos 21, o santistas Pagão empatou e desempatou, aos 25. Um minuto depois, Mazolla voltou à rede. Aos 32 e aos 38, foi a vez do garoto Pelé, de 17 anos e cinco meses, comparecer ao filó. Aos 40, Pepe deixou o dele. Quando o time santista descia para o vestiário, Zito disse à rapaziada: “Temos que fazer, hoje, o maior escore do mundo. Vamos arrebentar com o Palmeiras”.

Veio a segunda fase, e o Palmeiras reagiu. Urias, aos 18 e aos 19;  Paulinho, cobrando pênalti, aos 27, e Nardo, aos 34, viraram a conta, para “Verdão” 6 x 5. Mas Pele aos 38, e Dorval, as 41, fecharam a conta em incríveis 7 x 6. “Lá no nosso ataque, a gente se conhecia só pelo olhar. Para mim foi o jogo mais emocionante do futebol brasileiro”, considera o ainda vivo Pepe (José Macia).

Realmente! Tanto que o Palmeiras segundo Mazolla, pagou bicho aos seus jogadores, mesmo perdendo.

Treinado por Luis Alonso Perez, o Lula, o Santos alinhou: Manga, Hélvio (Urubatão e Dalmo; Fiotti, Ramiro e Zito; Dorval, Jair Rosa Pinto (Afonsinho), Pagão, Pelé e Pepe. O Palmeiras teve: Edgar (Victor), Valdemar Carabina e Édson; Formiga (Maurinho), Waldemar Fiúme e Dema; Paulinho, Nardo (Caraballo), Mazolla, Ivan e Urias.

Aquele foi o jogo nº 84 de Pelé, como profissional, quando atingiu 80 bolas nas redes. Três meses depois, ele se tornaria o mais jovem campeão mundial de futebol, na Suécia, aos 18 anos e 8 meses. No Campeonato Paulista, conseguiria, mais alguns meses mais tarde, o recorde, ainda imbatível, de 58 tentos. Na temporada, foram 89 visitas às redes, em 68 jogos naquele esplêndido-1958.

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