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Histórias da Bola
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Céu estrelado

Aconteceu quando o Cruzeiro era uma constelação de estrelas no gramado

Gustavo Mariani

22/04/2022 9h37

11 de maio de 1969 – O goleiro Raul Guilherme Plasmann atingia nove jogos oficiais, de 810 minutos sem sofrer gols, quebrando a marca mundial anterior, em poder do argentino Roma, do Racing, com 781 minutos invicto. No Brasil, o recordista, com 765 minutos, deixara de ser Alberto, do Grêmio Porto-Alegrense.

No dia do feito cruzeirense, o time era dirigido por Gérson dos Santos, venceu o Democrata, por 1 x 0, pelo Campeonato Mineiro, no Estádio Duarte de Paiva, em Sete Lagoas, ante 6.700 pagantes, atuando com: Raul; Pedro Paulo, Raul Fernandes, Darci Menezes e Vanderlei; Wilson Piazza e Zé Carlos (autor do gol); Natal, Evaldo, Tostão (Palhinha) e Rodrigues (Hílton Oliveira).

18 de julho de 1969 – O Cruzeiro foi ao Estádio Engenheiro Araripe, em Vitória vencer a capixaba Desportiva, por 1 x 0. Ate aí nada de anormal. O destaque que chamou a atenção da torcida foi dois tios e um sobrinho em campo. Pelo lado cruzeirense, o zagueiro José de Anchieta Fontana (futuro campeão mundial na Copa do Mundo do México-1970) e o seu irmão Tião Fontana, enquanto no time que a torcida local chama de “Tiva” estava Betinho Fontana.

Aos 43 minutos do segundo tempo Betinho aplicou um drible no “xerifão” zagueiro Fontana e a torcida levantou-se esperando pelo gol do empate. Esperou! O tio mandou uma sarrafada no sobrinho, puxou-lhe uma das suas orelhas, passou-lhe aquele pito tradicional – “Me respeite, moleque!” – e ainda o ameaçou: “Vou falar com a sua mãe!”

20 de setembro de 1970 – O Cruzeiro encerraria o Campeonato Mineiro, enfrentando o Atlético-MG, já campeão, antecipadamente. Para não assistir à festa do maior rival, estreou, irregularmente, o zagueiro Brito, para perder os pontos, propositalmente. Além de reviver uma famosa zaga vascaína, tremendamente temida no futebol carioca, Brito voltou a jogar ao lado de Fontana e tornava-se o quarto tricampeão mundial estrelado – Piazza, Fontana e Tostão eram os outros.

O jogo terminou no 1 x 1, mas quem faturou mesmo foi o Cruzeiro. Em vez de levar para o estádio a taça de campeão dos alvinegros, comemorando o primeiro título na “Era Mineirão”, a Federação Mineira de Futebol carregou as do campeão estadual e 1968 e de 1969, que ainda não haviam sido entregues e pertenciam aos estrelados. Para os atleticanos, levou só a Taça Belo Horizonte, um “aperitivo” antecedendo ao Estadual. Enfim, em jogo de Galo e Raposa, rolou o maior “mico”.

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