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Histórias da Bola
Histórias da Bola

Caderneta do craque

Guardado na manga do paletó dos artistas do mundo da bola

Gustavo Mariani

23/12/2022 17h21

Foto: Reprodução

A Confederação Brasileira de Desportos-atual CBFutebol precisava conseguir a liberação do atacante Amarildo, que defendia o italiano Milan, para os treinos da seleção canarinha que tentaria o tri na Copa do Mundo da Inglaterra-1966.

Para isso, o governo brasileiro colocou os Ministérios das Relações Exteriores e da Justiça para negociar com a Federação Italiana de Futebol.

E Amarildo veio para os treinos. A poucos dias do início do Mundial, ele sofreu uma contusão e teve de ser cortado do grupo. Todo aquele esforço governamental havia partido do presidente da república, o marechal Castelo Branco, sem que a CBD soubesse de nada.

Foi o que contou o presidente da entidade, João Havelange, durante as comemorações da sua 50ª virada de idade. Com a dispensa de Amarildo, sobrou uma vaga para o ponta-esquerda Paraná, do São Paulo, que era muito cobrado pela imprensa, por ter, certa vez, chutado a bandeirinha de escanteio, durante cobrança do fundamento.

Operário craque

Pelos finalmentes da década-1950, o paranaense Ademir de Barros despediu-se de seus pais – Anísio de Barros e Maria de Sousa Barros – e deixou a sua terra, Cambará, para tentar a vida como operário da Votorantin, em São Paulo.

Viajou sentindo tremenda saudade das peladas que jogava pelas equipes amadoras do futebol de sua terra. Era 1956 quando ele achou uma vaguinha no time amador da firma.

Medindo 1m72cm de altura, pesando 67 quilos e dispondo de muito fôlego, logo se destacou no meio da rapaziada das peladas de Sorocaba.

O achavam tão bom de bola que, sem demora, alguém o encaminhou ao São Bento. Em 1960, o Ademir, já apelidado por Paraná, foi contratado ganhando Cr$ 12 mil cruzeiros mensais, mais casa e comida, um espanto para os colegas de trabalho.

Em 1965, o São Paulo FC o levou para, em 1966, o antigo operário ser companheiro do “Rei Pelé”, na vaga de Amarildo, na Copa do Mundo-1966.

No jardim

O Guarani Futebol Clube, de Campinas-SP, tem este nome porque foi fundado no Jardim Carlos Gomes: em 2 de abril de 1911. Pais do apelidado “Bugre Campineiro”: Vicente Matallo (primeiro presidente), Pompeu de Vito, José Tarant e Antônio de Lucca.

A primeira diretoria foi eleita no 7 de setembro do mesmo 1911, ficando assim: Matallo (presidente); Adalberto Sarmento (vice); Rafael Iório e Paulino Montandon (secretários); Pompeu de Vito (tesoureiro); Luís Bertoni e Francisco Oliveira (1º e 2º capitães); Antônio de Lucca e José Trani (1º e 2º fiscais) e Aurélio Roverberre (procurador).

O estádio do clube chama-se “Brinco de Ouro da Princesa” e foi inaugurado, em 31 de maio de 1951, com Guarani 3 x 1 Palmeiras no placar. Em 1952/54/56, o “Bugre” foi o campeão do Torneio Início do Campeonato Paulista.

Aplicação em Brasília

Quando foi emprestado, pelo Atlético-MG, ao Santos de Pelé, em 1967), o meia Buglê (José Alberto Bougleaux) assinou um dos mais vantajosos contratos do futebol brasileiro: embolsou NCr$ 1.500 (novos cruzeiros), que seriam aumentados por gratificações por vitórias e empates.

O que fez com a grana? Comprou imóveis e montou um comercio, em Brasília – Casa das Cortinas, na SQS 103, lojas 33/34. Se no “Galo” (apelido do Atlético-MG), Buglê faturava o equivalente a US$ 20 dólares por vitórias/empates, no “Peixe” (apelido santista), as duas opções valiam, no mínimo, US$ 150 dólares no exterior.

Aranha negra

Lev Yashin foi o primeiro goleiro a ganhar premiação que só atacantes levavam: a “Bola de Ouro”, que a revista francesa France Foot-Ball oferecia aos melhores da Europa – oitava edição, em 1963. Titularíssimo do Dínamo, de Moscou, no qual chegaram, em 1945, ele defendia a seleção da (então) União Soviética desde 1954.

À época do prêmio, tinha 35 de idade, 56 partidas pelo selecionado do seu país e seis títulos de campeão nacional. Media 1,85cm de altura e seria hoje, um goleiro baixo. Para levar a bola dourada, Yashin somou 72 votos, contra 56 do segundo colocado, o italiano Rivera, do Milan.

Laranja Mecânica

O atacante Johan Cruijff foi o grande nome da seleção holandesa, vice-campeã da Copa do Mundo-1974, na (então) Alemanha Ocidental, quando comandou o “Carrossel Holandês, criado pelo treinador Rinus Michels, que fazia a sua rapaziada correr por todos os cantos do gramado, enloquecendo os adversários. Cruijff foi para aquele Mundial com a fama de ter sido, pelo Ajax, tricampeão europeu – 1971/72/73.

Atuava com a camisa 14, mas fazendo o papel que seria de um 10. Em 1974, ele foi para o Barcelona e tornou-se campeão espanhol. Depois de encerar a carreia de atleta, tornou-se treinador do clube e o levou a estes títulos: Liga dos Campeões da UEFA (1991-1992); Supercopa da UEFA (1992); Recopa da UEFA (1988-1989); Campeonatos Espanhóis (1990-1991, 1991-1992, 1992-1993 e 1993-1994); 1 Copa do Rei (1989-1990) e 3 Supercopas da Espanha (1991, 1992 e 1994).

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