- Por Irapuan Sobral
Nada mais verdadeiro!
A seleção, com a devida vênia do parlamento, é a nossa melhor representação. Atualizando o dito da epígrafe: Em cada época que é formada (ou melhor: convocada), a seleção é o melhor resumo da nação. Dir-se-ia melhor dizendo-se: A seleção é a nossa instituição mais contemporânea.
Desde que começou a disputa da Copa do Mundo de Futebol, todos os times são reflexos do instante nacional.
Os primeiros campeonatos chegaram em instantes de ebulição mundial, que culminaram com a 2ª Guerra.
Com o Esquadrão de 1950, mesmo formando um grupo excelente e a disputa sendo no Brasil, não foi possível o êxito desejado, mas o time representou bem, apesar de refletir o país recém-saído de uma ditadura.
Na década de 50 estavam ‘os anos dourados’ do Brasil. Desse tempo tivemos o melhor do cinema e da ciência, Brasília e JK, a Bossa e o campeonato mundial de futebol. Esse tempo é o resultado da política educacional estimulado pelo educador Anisio Teixeira, ainda nos anos 30.
Apesar dos pesares e do golpe militar, os grupos de 62 e 70 vieram empurrados pela força inercial desses anos 50.
Em 1982, o grupo traduzia o desejo da abertura; uma nação que precisava respirar. Como em 50, quase deu certo.
Em 94, como em 2002, o Brasil tinha a esperança de volta para avalizar o placar.
Pois bem!
A partir daí, o país do Escrete Canarinho é uma tribulação que culminou com a derrota doméstica e vergonhosa para a Alemanha. A rigor não há mais unidade popular que a seleção possa sintetizar.
No futebol, como na vida nacional, o Brasil precisa sair do 7 X 1.
- Irapuan Sobral é advogado e poeta.
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