O Corinthians decidiu ressuscitar justamente quando todos já tinham baixado a tampa do caixão. Depois de um Brasileirão desastroso, no qual foi o pior paulista na tabela, atrás inclusive do Santos que paquerou a zona de rebaixamento durante boa parte da temporada, o Timão reencontra fôlego e dignidade na Copa do Brasil. O Santos só escapou graças à guinada final impulsionada por Neymar. O Corinthians, por sua vez, escapou do rebaixamento, mas terminou o campeonato completamente desacreditado.
E eis que chega a semifinal da Copa do Brasil. Mineirão lotado, 70 mil pessoas, ambiente hostil e um Cruzeiro forte dentro de casa. Mas o Corinthians é o Corinthians. Vence por 1 a 0, gol de Depay no primeiro tempo, diante de um estádio que esperava o contrário. O Cruzeiro pressionou, tentou empurrar o jogo para o campo de ataque, mas esbarrou na organização corintiana e na própria dificuldade de concluir com perigo.
A vitória ganha ainda mais peso porque o clube conviveu nos últimos dias com relatos de premiações atrasadas. Nada que tenha abalado o time, que entrou em campo com uma competitividade que não se via há muito tempo. Mérito também de Dorival Júnior, técnico que simplesmente se transforma em outro personagem quando o assunto é Copa do Brasil. Ele já foi campeão três vezes. Uma pelo Santos, outra pelo Flamengo e outra pelo São Paulo. E tem um detalhe que só reforça a aura copeira. Quando foi campeão pelo Flamengo, acabou demitido. No ano seguinte, assumiu o São Paulo e conquistou novamente a Copa do Brasil, justamente contra o Flamengo. Três finais, três títulos. Com Dorival, a regra é clara: não deixem ele chegar à final.
Felipão é o maior vencedor da história da competição, com quatro títulos. Logo atrás aparecem Dorival e Mano Menezes, com três cada um. E agora Dorival se aproxima mais uma vez da decisão, que será contra o vencedor de Vasco e Fluminense.
O fato é que o Corinthians renasceu no apagar das luzes de 2025. Um time que parecia entregue, um elenco sob desconfiança e um ambiente atravessado por cobranças dá uma resposta contundente no torneio mais traiçoeiro e emocionante do país. O Corinthians está vivo. E, quando está vivo, todo cuidado é pouco.
