Conheça Gordiola. Saiba quem é o técnico que virou sinônimo de acesso para a Série A. Guto Ferreira acaba de levar o Remo de volta à elite do futebol brasileiro e alcançar um feito gigantesco: cinco acessos na carreira. É uma marca que só havia sido alcançada por um treinador: o pernambucano Givanildo Oliveira.
E aqui vale colocar as coisas no lugar. Givanildo, ex-volante do Santa Cruz, foi daqueles jogadores que a grande mídia nunca tratou com o respeito que merecia. Jogou no Corinthians, vestiu a camisa da Seleção Brasileira, era técnico, firme, incansável, mas nunca recebeu o holofote que outros, muito menores, receberam. Como treinador, a história se repetiu. Extremamente eficiente, vencedor por onde passou, mas quase sempre ignorado.
Seus acessos comprovam a grandeza: América em 1997, Paysandu em 2001, Santa Cruz em 2005, Sport em 2006 e América novamente em 2015. Cinco subidas. Cinco trabalhos sólidos. Cinco capítulos de eficiência pura.
Agora, Guto Ferreira chega exatamente ao mesmo patamar, mas com um estilo próprio, carismático e, claro, carregando o apelido mais simpático do país: Gordiola. A mistura entre Guardiola, o técnico mais admirado do mundo, e o bom humor brasileiro com o físico do treinador. E Guto nunca se ofendeu. Ao contrário, ele diz que o nome humanizou sua imagem, aproximou o torcedor e ajudou a quebrar aquela ideia de treinador fechado.
Quando explica seu método, Guto resume tudo a uma chave simples: consciência de grupo. Trabalhar todo o elenco, manter o time sempre entre os primeiros e ter força para a arrancada final. É por isso que seus times sobem. Não é acaso. Não é sorte. É método.
Com acessos por Ponte Preta, Bahia, Internacional, Sport e agora Remo, Gordiola entra numa prateleira raríssima. E leva com ele uma boa dose de humor, simpatia e eficiência, algo que o futebol brasileiro anda precisando.
