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Futebol ETC
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Numa época em que não existia SAF, o Botafogo-PB já teve a sua própria “SAF”

Aconteceu quase 50 anos atrás, quando um conselheiro do São Paulo chegou lá e inclusive teve a ideia de botar a estrela vermelha no escudo do time

Marcondes Brito

08/12/2024 6h08

botinha

Reprodução/O Norte Online

As Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) chegaram no Brasil para ficar. A lei aprovada em 2022 mudou a vida de vários clubes, uns mais e outros menos. Há casos de SAFs que deram muitíssimo certo – como a do Botafogo carioca -, e outras que trouxeram até uma boa dose de “má sorte”, como foi o caso do Vasco da Gama.

Mas há um caso curioso envolvendo o Botafogo-PB. O time da estrela vermelha – que por sinal está aderindo neste momento ao modelo de clube empresa – já operou muitos anos atrás, num sistema que se assemelha às SAFs atuais. O assunto foi levantado pelo portal Onorteonline.com, parceiro do Jornal de Brasília em João Pessoa.

Quase meio século atrás, no começo do ano de 1976, o empresário paulista José Flávio Pinheiro Lima desembarcou em João Pessoa para montar a Adesene, fábrica de fitas adesivas, e, apaixonado por futebol, decidiu simultaneamente assumir o controle do Botafogo, que vivia na época uma grave crise financeira.

José Flávio era conselheiro do São Paulo FC e contou com o respaldo do poderoso clube paulista para montar um time imbatível para os padrões locais.

Todo botafoguense da velha guarda se lembra de nomes como Mauro, Viana, Muller, José Carlos e Piau, que fizeram parte de um verdadeiro timaço da década de 1970.

Com essa equipe imbatível, o Botafogo foi tricampeão paraibano e conseguiu projeção nacional, fazendo jogos memoráveis no Campeonato Brasileiro de 1976.

Lógico que, oficialmente, a gestão de José Flávio não pode ser chamada de SAF – até porque a lei é bem recente e naquela época ninguém sabia o que era isso – mas, a rigor, o “modus operandi” foi rigorosamente o mesmo. 

José Flávio chegou na Paraíba e simplesmente tirou o Botafogo do buraco. O cartola  sacava dinheiro do próprio bolso pra acertar as contas, e nunca pediu ressarcimento pelo investimento feito no clube.

Antes de ir embora de João Pessoa, José Flávio ainda deixou a sua marca para sempre na história do clube paraibano. Foi na gestão dele que o Botafogo passou a usar a estilosa estrela vermelha no seu escudo, criando assim um importante e definitivo diferencial em relação ao seu homônimo do Rio de Janeiro.

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