A Eurocopa acabou exatamente uma semana atrás, mas deixou uma polêmica no ar, entre jornalistas esportivos envolvidos numa discussão que vai além das quatro linhas e se mistura com a acirrada disputa política entre direita e esquerda.
Os protagonistas em questão são Thiago Asmar, conhecido como Pilhado, da Jovem Pan; e André Rizek, do Grupo Globo. Semanas atrás, em meio à crise política que se alastrava na Franca, com o avanço da extrema-direita, jogadores importantes, como Mbappé, usaram o espaço das coletivas para se posicionar sobre as eleições daquele país. A postura dos atletas, no entanto, acabou transferindo a polêmica para a mídia brasileira.
Thiago Asmar, declaradamente de direita, celebrou a eliminação da França nas redes sociais com um discurso politizado. O jornalista torceu efusivamente para os espanhóis justamente devido ao posicionamento políticos dos jogadores franceses, que, segundo ele, são “prejudiciais ao povo”. O comunicador publicou um vídeo com ironias aos atletas e atacou principalmente Kylian Mbappé.
André Rizek, com uma postura mais à esquerda, respondeu indiretamente, sem citar o nome do Pilhado, e mandou alguns recados no programa Seleção SporTV. Vamos tentar entender o que houve entre esses dois jornalistas:
O que disse o Pilhado
“Esquerdistas da França eliminados!. Que maravilha ver essa seleção francesa cheio de jogador hipócrita, que vive cheio de fortuna e resolveram se politizar para esquerda na França. Vai, Mbappé, vai fazer campanha na França. Eles foram lá, foram se politizar para fazer uma campanha para esquerda, que é suja. Estou feliz, estou parecendo espanhol. Vai, Mbappé, vai fazer campanha para esquerda. Nunca torci tanto contra uma seleção. O Mbappé vive cheio de luxo, ele que tem o salário que tem. Vai lá fazer campanha política, pois estão fora da Copa. Eu estarei sempre contra a França, que quer fazer propaganda ruim para o povo”.
A indireta de Rizek
“Muita gente se informa sobre cultura geral motivado pelo que acontece no futebol. Tenho convicção que muita gente não entendeu o que aconteceu na França e qual era a luta dos jogadores franceses, então vi muita gente ignorante dizendo “foram lacrar e perderam para Espanha”. Mas não tem nada de lacração nisso, eles estavam lutando pela sobrevivência. Eles estavam combatendo um grupo classificado pelo próprio comitê eleitoral da França como extremistas e que diziam abertamente que não reconheciam aqueles atletas. São filhos de imigrantes, eles queriam a extinção deles como cidadãos franceses. É luta pela sobrevivência. Não tem nada a ver com direita e esquerda, não é essa brincadeira. Zero problema ser de esquerda ou direita, isso é normal, os dois grupos querem o bem social, mas têm caminhos diferentes. O problema é ser extremista”.
A tréplica do Pilhado
“Pessoal, tem um apresentadorzinho do esporte da Globo, que cresceu puxando o saco e é detestado dentro da própria emissora, que andou mandando indiretinha pra mim no seu programa. Sabe o que mais revolta essa turma? É que eu não tenho medo nenhum deles. É que eu não tenho medo nenhum dessa imprensa lacradora e esquerdista. E o que incomoda ainda mais é que eu sozinho, com as minhas redes sociais, com o meu canal no Youtibe, tenho mais engajamento, tenho mais audiência, e eu recebo muito mais (dinheiro, certamente) do que eles todos, juntos. Muitas vezes eu tenho mais audiência do que o programa dele na emissora. Então é óbvio que incomoda. Um jornalista de direita, que não respeita em nada esses esquerdistas da imprensa, expondo a vergonha do trabalho que eles fazem. Aí, vem os coleguinhas dele, também esquerdistas, que reportam. Então eu deixo um recado bem claro pra vocês: eu não tenho medo nenhum de vocês, seja na internet, seja na rua, porque eu sempre me garanti”
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