No começo do mês de junho, Kylian Mbappé foi oficializado como novo reforço do Real Madrid. O astro francês chegou ao clube espanhol sem custos, após deixar o Paris Saint-Germain ao fim do contrato.
Pois essa mesma estratégia pode acontecer com Gabriel Barbosa, o Gabigol, que está em fim de contrato e o Flamengo não parece interessado em renovar.
Assim, depois de julho, Gabigol pode assinar um pré-contrato com qualquer outra equipe, e o Palmeiras já imagina que o craque pode ser o substituto de Endrick com a camisa 9.
Vale lembrar que o interesse do Real por Mbappé vem desde 2017, quando ele ainda atuava no Monaco. Depois, o cartola Florentino Perez chegou a oferecer quase 200 milhões de euros, mas o PSG não deu nem resposta.
Esperar pelo fim do contrato foi a estratégia vitoriosa do Real Madrid, que está montando uma nova geração de “galacticos”, com outras estrelas tipo Endrick, Vini Jr, Rodrygo e Bellingham.
Há semelhanças entre as situações de Mbappé e Gabigol, porque outros clubes (dentre eles o próprio Palmeiras) já tentaram tirar Gabigol do Flamengo, mas ele sempre esteve na prateleira dos “craques inegociáveis” do Mengão.
Os tempos mudaram e Gabigol está em baixa. Segundo o portal ‘SofaScore’, este ano ele foi titular em apenas seis dos 30 jogos do Flamengo, fazendo apenas quatro gols. As estatísticas apontam que Gabigol tem uma média de uma finalização por partida.
“Precisaria de uma conversa olho no olho com Gabriel para saber se ele quer mesmo jogar no Palmeiras”, disse o técnico Abel Ferreira.
Claro que essa “conversa” seria apenas protocolar, porque o Palmeiras não perderia a oportunidade de levar um jogador como Gabigol sem pagar um centavo pela transação.
Houve um tempo, pouco mais de duas décadas atrás, em que o jogador de futebol pertencia ao clube. E poderia ser assim até o fim da carreira, a não ser que fosse vendido a outro clube, tal qual mercadoria.
Tudo mudou com a Lei Pelé, de março de 1998. Essa Lei trouxe mudanças significativas no ordenamento jurídico para o esporte, e a mais importante dessas mudanças foi o “fim do passe”, que, na verdade, só passou a vigorar três anos depois.
A partir da entrada em vigor da Lei Pelé – que na Europa já era aplicada, com outra denominação, naturalmente – mudava o vínculo do atleta com o clube e os contratos passaram a ter prazo fixo, com multa estipulada.
É por isso que, em casos como esses de Mbappé e Gabigol, podem surgir situações em que craques supervalorizados mudam de endereço na base do 0800, totalmente grátis.

A coluna Futebol Etc na edição impressa do Jornal de Brasília, nesta segunda-feira (1/7)
Acompanhe as atualizações da coluna “Futebol Etc” nas redes sociais, no Twitter e também no Instagram. Mande sugestões para a coluna pelo email mbritofuteboletc@gmail.com