Pedro Lourenço, que comprou recentemente a Ronaldo a SAF do Cruzeiro, teve o primeiro atrito público com o Fenômeno, por causa de uma operação que envolve diretamente o Distrito Federal.
É que Ronaldo, com bastante antecedência – antes de se desligar do clube – vendeu quatro mandos de campo do Cruzeiro, cada um por R$ 1 milhão. Um deles, em que a Raposa enfrentará o São Paulo, dia 15 de setembro, pela 26ª rodada, está marcado para o estádio Mané Garrincha, em Brasília.
Segundo o jornal O Tempo, de BH, dos quatro jogos vendidos por Ronaldo, Pedro Lourenço conseguiu reverter dois. Nos outros, pelo menos por enquanto, não houve acordo porque a antiga diretoria recebeu o dinheiro adiantado.
Quando questionado, Ronaldo admitiu que, naquele momento, precisava “fazer caixa”, mas esse argumento atualmente já não faz mais sentido se levarmos em conta que o Cruzeiro realiza ótima campanha, está no parte de cima da tabela, e vem lotando o Mineirão em seus jogos como mandante.
Para que se tenha uma ideia, o duelo diante do Corinthians, dez dias atrás, deu lucro líquido de R$ 2,2 milhões, com mais de 55 mil torcedores na arquibancada.
Dentro do clube há os “bombeiros” que tentam esfriar a temperatura nesse atrito entre Pedro Lourenço e Ronaldo. Eles dizem que jogar fora de Minas – apesar do notável prejuízo financeiro – não chegar a ser uma má ideia.
“Como um clube nacional, com uma numerosa e apaixonada torcida em todo o Brasil, o Cruzeiro entende ser importante poder proporcionar esta proximidade e sensação de pertencimento para todos os seus torcedores”, argumentam.
Mas há quem diga que a atual diretoria ainda vai tentar um acordo com os empresários que compraram o jogo do DF, inclusive com a promessa de reembolso do dinheiro que foi pago anteriormente.
O curioso nessa história toda é que o Regulamento Geral de Competição (RGC), que regula as competições da CBF – incluindo o Brasileiro de todas as séries e a Copa do Brasil – restringe a possibilidade de um time vender seu mando de campo com o objetivo de arrecadar mais dinheiro em outro estádio.
Não há um veto definitivo a um time mudar seus jogos para outro Estado. Mas, teoricamente, esse tipo de manobra é vedada, se houver prejuízo técnico ao campeonato.
Aguardemos cenas dos próximos capítulos.

Acompanhe as atualizações da coluna “Futebol Etc” nas redes sociais, no Twitter e também no Instagram. Mande sugestões para a coluna pelo email mbritofuteboletc@gmail.com