O narrador Galvão Bueno foi o entrevistado desta segunda-feira (1/7) no programa Roda Viva, da TV Cultura, e, dentre os temas abordados, abriu o jogo sobre a sua conturbada relação com Neymar: “Talvez ele não se sinta bem perto de mim”, revelou.
Anotei a seguir alguns dos principais tópicos da entrevista, ancorada pela jornalista Vera Magalhães, numa bancada forma por Carol Knoploch, repórter do jornal O Globo; Thiago Uberreich, apresentador da Jovem Pan; Fabio Seixas, jornalista da Livemode; Mylena Ciribelli, jornalista e apresentadora; e Gabriel Vaquer, repórter de Televisão e Mídia Esportiva do site F5.
Sobre Neymar
“A situação do Neymar é assim: um jogador fora da curva, um craque excepcional. As pessoas falam muito sobre a vida dele, das festas, mas ninguém nunca ouviu uma palavra minha sobre esse assunto. Até porque eu não admito que alguém interfira na minha vida. Falar do Neymar sempre foi em campo. Em alguns momentos, ele se perdeu um pouco. Perdeu o controle, tomou algumas atitudes, fez algumas bobagens. Ele pode não ter gostado… Nos encontramos várias vezes, mas talvez não se sinta bem perto de mim. Não tenho nada contra o Neymar, torço muito por ele. Que se recupere para estar em campo com a Seleção na próxima Copa do Mundo”.
A origem dos bordões
“O ‘bem, amigos’ era porque fazia Fórmula 1 em diversos países e não sabia os horários no Brasil. Não sabia se falava ‘bom dia’ ou ‘boa noite’, então eu disse ‘bem, amigos!’. ‘Sai que é sua, Taffarel’ é do maior goleiro que eu vi na Seleção Brasileira, com todos respeito aos outros, mas ele não saia do gol. Eu ficava com vontade de falar: ‘porra, sai do gol, Taffarel’. ‘Haja coração’, ‘quem é que sobe?’. As coisas surgem”.
Aposentar jamais!
“É uma coisa que nem passa pela minha cabeça. Quando você pensa em parar de trabalhar, para de viver. Aposentado da narração é mais próximo da verdade. E nem é uma aposentadoria. Eu só deixei de fazer o que já fiz por 50 anos na televisão desde a minha estreia em 1974. O narrador da Globo já entrou para o passado, mas continuo trabalhando. Tenho contrato até o final do ano. Ainda não sei o que vai acontecer”.
Narrar jogos na Copa de 2026
“Ninguém tem certeza do que vai estar fazendo em 2026. Eu dificilmente vou estar narrando, dificilmente. Eu não sei o que vai ser a minha vida e o meu trabalho no esporte no ano que vem, quanto mais na Copa do Mundo. Não existe nenhum plano traçado para isso [narrar a próxima Copa]”.
Problema com Felipão
“O Felipão diz que eu apontei o dedo do país contra ele (após os 7 X 1 da Alemanha). Eu poderia ser mais bonzinho com ele? Não, não podia. Era o fato. Era o momento. Era aquilo que estava acontecendo. Não fiz nada contra ele. Se ele não quer mais falar comigo, lamento”.
Rivalidade com Luciano do Valle
“O Luciano era um profissional magnífico. Sempre fomos rivais, sempre lutamos por cada ponto de audiência, mas sempre fomos amigos. Então, ele ia à minha cabine, eu ia à cabine dele, a gente jantava junto. Eu sempre gostei muito de vinhos, ele também. Aí o pessoal dele dizia que ‘o Luciano paga uns vinhos melhores do que o Galvão paga para o pessoal dele’. Era uma brincadeira. O Luciano foi muito importante no meu crescimento profissional, como eu também fui para ele. Essa coisa de querer vencer, mas dentro de uma lealdade total e absoluta”
O empresário Galvão
“Sou do agronegócio, algo fundamental na economia brasileira, eu crio gado de raça, sou pecuarista há mais de 25 anos; há mais de 20 anos produzo vinhos. Tenho grande ligação com os produtores do Paraná e do Rio Grande do Sul”.
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