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Futebol ETC
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Exclusivo: Arenas Bezerrão e Mané Garrincha passam no teste de acessibilidade

Em depoimento à coluna, Cláudio Bazoli, que comanda o projeto @cacadoresdeestadiosdefutebol, conta como foi a vistoria nos estádios do DF

Marcondes Brito

23/07/2024 12h11

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Divulgação

Como publicamos aqui na coluna na semana passada, os jogos entre Real Brasília X Capital-TO, sábado, pela Série D, no Bezerrão; São Paulo x Juventude, domingo, pela Série A, no Mané Garrincha, foram vistoriados pelos “Caçadores de Estádios de Futebol”, um projeto que busca uma maneira de melhorar a acessibilidade nos estádios do Brasil e também do exterior.

A seguir, com exclusividade para o Jornal de Brasília, o depoimento de Cláudio Bazoli, morador do Rio de Janeiro, que comanda o projeto @cacadoresdeestadiosdefutebol :

No Bezerrão

E lá fomos nós, os Caçadores de Estádios de Futebol, para vivenciarmos a experiência da acessibilidade nos estádios de futebol em Brasília.

Foi tudo muito rápido, pois desembarcamos na capital Federal no sábado, dia 22 de julho, pouco antes do meio dia, e já as 16:30h, teríamos que estar no estádio Valmir Campelo Bezerra ( Bezerrão ), onde aconteceria a partida do Campeonato Brasileiro da série D entre o Real Brasília FC contra o Capital FC do Tocantins.

Ao chegarmos ao Bezerrão, no município do Gama, fomos surpreendidos positivamente por diversos fatores: o ingresso para cadeirante e seu acompanhante foi cortesia. 

O ingresso inteiro custava 20 reais e a meia 10 reais. A entrada principal se dá por uma escadaria, mas há uma entrada na lateral, onde tem uma rampa, dando a possibilidade de cadeirantes entrarem no estádio

. Caso não tivesse essa rampa, eu teria que ser carregado numa escadaria perigosa e contando com a ajuda de quem se dispusesse a ajudar, tanto na entrada quanto na saída, e este tipo de constrangimento e exposição foi evitado.

 A rampa facilita a vida também dos idosos, pessoas com obesidade, grávidas, etc. É muito funcional e extremamente necessária. 

Dentro do estádio, através do elevador, conseguimos chegar ao espaço acessível e tivemos uma experiência bem satisfatória. O que sentimos falta foi de uma área coberta, pois em caso de chuva, o cadeirante estaria exposto e alguns PCDs utilizam cadeiras  de rodas elétricas.

Voltaríamos com certeza, afinal, quem gosta de futebol raiz, não se importa  se é jogo da série A, B, C ou D. 

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No Mané Garrincha

Já no domingo, dia 21, a programação aconteceu na Arena BRB Mané Garrincha, que tem capacidade para pouco mais de 70.000 espectadores.

É público e notório que a Arena BRB é uma das mais acessíveis arenas de futebol do nosso país, razão esta, que nos fez escolher assistir a partida das 18e30h entre Juventude x São Paulo no setor visitante, já que este setor no nosso país não recebe a mesma atenção que a torcida mandante tem nos jogos .

Ao chegarmos ao setor Norte, Cadeira Inferior, portão M2, destinado à torcida do time de Caxias do Sul, nos deparamos com uma escadaria. Então, não tivemos uma boa primeira impressão a priori, pois fomos informados que a entrada pela rampa estava obstruída por contêineres.

Os brigadistas, extremamente solícitos e empáticos, prontamente se disponibilizaram a nos ajudar a enfrentar o obstáculo da escada. 

Karla então começou a procurar alguma outra alternativa para que pudéssemos entrar no estádio, sem que eu fosse carregado. Detalhou a importância da acessibilidade, questionando que, por mais que me descessem pela escada, quem me tiraria no final do jogo? E em caso de emergência, como seria feita a evacuação do local? Se os ajudantes deixassem o cadeirante cair, quem se responsabilizaria? São diversos fatores que não tem necessidade de existir caso o local tenha acessibilidade. Um elevador. Uma rampa. E o mais importante: INFORMAÇÂO.

Então, após insistentemente buscarmos uma solução alternativa, fomos informados que ali do lado pela entrada do camarote, havia a presença de elevadores. O staff do estádio então entrou em ação e nos auxiliou até a entrada do camarote, onde embarcamos no elevador e conseguimos chegar ao local destinado a torcida do Juventude no estádio.

A acessibilidade na Arena é muito satisfatória lá dentro. Visão muito boa da partida, banco do acompanhante e, mesmo o público das cadeiras se levantando, não obstrui a nossa visão. De negativo, apenas que só vendia bebidas nesse setor. Lanches dos mais variados, só no setor mandante.

Para que a experiência do cadeirante ou do deficiente de uma maneira geral funcione nos estádios de futebol, depende de diversos fatores, pois imprevistos acontecem e, o que se espera nestas situações, são soluções rápidas e empatia por parte do staff, como foi o que aconteceu no Mané, pois nos permitir entrar pelo setor camarote exclusivamente para pegar o elevador, nos fez chegar ao nosso setor para podermos desfrutar da partida.

E já no dia 22, segunda-feira bem cedinho, retornamos ao RJ, com a vivência da acessibilidade bem positiva nos 2 estádios de Brasilia e de todo staff de ambos os estádios e já estamos pensando qual será o nosso próximo destino para avaliarmos a experiência da acessibilidade pelo país. Até a proxima, Brasilia !

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