As recentes derrotas do Palmeiras para Fluminense e Vitória, dois times do Z-4, ligaram um sinal de alerta dentro do clube. Nas redes sociais, por incrível que pareça, teve muito palmeirense pedindo a cabeça de Abel Ferreira, com frases do tipo: “Maior salário das Américas e se escora em feitos do passado”; ou “Esse ano, quando formos eliminados de tudo, Abel não terá desculpas”.
Lógico que é uma manifestação da minoria, mas o fato é que a torcida está temerosa com o que pode acontecer agora em agosto, porque os calendários da Copa do Brasil e da Libertadores podem criar uma situação impensável para a vida de Abel Ferreira dentro do clube. Na real, o português corre o risco até de balançar no comando do Verdão.
Anote aí o que o Palmeiras terá pela frente nas próximas semanas: enfrenta o Flamengo dias 31/7 e 7/8, no Rio e em SP, pela Copa do Brasil. Depois disso, vai encarar o Botafogo, dias 14/8 e 21/8, pela Libertadores, no Rio e em SP, respectivamente.
São jogos de mata-mata, contra equipes muito fortes, onde não há favoritos. “Ah, mas o Palmeiras também tem condições de ganhar desses dois adversários”, dirão os mais otimistas. Claro que sim, mas, a julgar, sobretudo pelo que vimos contra o Fluminense – quando jogou com o time completo – existem realmente motivos para todos os palmeirenses ficarem preocupados.
É inegável que Abel Ferreira já tem o seu nome marcado na história do Palmeiras como um dos profissionais mais vitoriosos de todos os tempos. No primeiro semestre, ao conquistar o tricampeonato Paulista, conseguiu um feito que não acontecia há 90 anos, quando ainda se chamava Palestra Itália. Fora isso, o técnico português se tornou o mais vitorioso da história do clube, se igualando ao lendário Oswaldo Brandão.
O título do Campeonato Paulista foi o 10º conquistado por Abel Ferreira pelo Palmeiras. O português já havia ultrapassado Luiz Felipe Scolari, Ventura Cambon e Vanderlei Luxemburgo na lista dos mais vitoriosos técnicos do Verdão.
Contratado em novembro de 2020, Abel já ganhou três vezes o Campeonato Paulista (2022, 2023 e 2024); duas vezes o Campeonato Brasileiro (2022 e 2023); duas vezes a Copa Libertadores da América (2020 e 2021); uma Copa do Brasil (2020); uma Supercopa do Brasil (2023) e uma Recopa Sul-Americana (2022).
É um baita currículo, não tenha dúvida. Mas o torcedor costuma esquecer todas as glórias do passado quando é obrigado a conviver com eventuais fracassos. Faz parte do jogo.
O contrato de Abel com o Palmeiras tem validade até o final de 2025. Se por acaso acontecer o pior agora em agosto, quem sabe não seria até uma “mãozinha do destino” para o português assumir o lugar de Dorival Júnior no comando da Seleção Brasileira?

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