O mês de outubro começou com uma polêmica e tanto. O Corinthians entrou com uma ação no STJD contra a decisão da CBF de mudar a data da partida de volta da semifinal da Copa do Brasil, contra o Flamengo, na Neo Química Arena. Originalmente, a partida estava marcada para 17 de outubro, mas foi adiada para o dia 20 por causa da Data Fifa e do calendário da Conmebol. O Vasco também apelou ao Tribunal por ser contrário à medida da entidade, que mudou o calendário do segundo confronto com o Atlético-MG.
O Departamento Jurídico do Corinthians em algum momento chegou a ameaçar a retirada do time da Copa do Brasil. Aliás, é isso que sugerem alguns setores da mídia, como jornalista Juca Kfouri, que defendeu no podcast ‘Posse de Bola’ que Corinthians e Vasco deveriam se recusar a entrar em campo na Copa do Brasil em protesto contra a CBF.
Opinião semelhante tem o Craque Neto, que esbravejou no programa ‘Os Donos da Bola’, da Band: “Uma barbaridade o que a CBF fez com o Corinthians e o Vasco. Entrega a taça para o Flamengo. Vocês querem que o Flamengo ganhe um título esse ano, é isso? Porque a Libertadores não vão ganhar, Brasileiro também não. Então, a única chance é a Copa do Brasil e estão fazendo isso aí”.
As consequências são pesadas
A coluna Futebol Etc foi ouvir a opinião de um especialista para saber o que poderia acontecer com Vasco e Corinthians, caso resolvam entrar nesse confronto com a CBF. Veja o entendimento do advogado Higor Maffei Bellini, presidente da Comissão de Direito Desportivo da OAB Butantã e mestre em Direito Desportivo:
“As consequências que podem acontecer caso efetivamente o clube venha a deixar de disputar a competição são tão nefastas para o próprio clube que eu não acredito que isso venha a acontecer. O clube pode sim entrar com os recursos competentes no STJD, lembrando que ele não deve entrar na justiça comum, apenas na justiça desportiva para tentar reverter essa decisão. Mas caso ele leve adiante essa ideia de abandonar o torneio, o que eu acho improvável, primeiro pelas consequências financeiras, porque deixar de disputar a competição – e abrir mão de receita de público no estádio, receita de patrocinadores, receitas de telhados, TV, por aqui a gente já consegue ver que a consequência financeira é muito prejudicial ao clube – por isso que eu não acredito que vá acontecer”, esclareceu o especialista. E acrescentou:
“Existem as consequências desportivas que conforme está lá no regulamento Geral das competições, que é o regulamento de todas as competições da CBF, são grandes: se a equipe abandonar uma competição, ela ficará automaticamente dois anos suspensos de qualquer outra competição coordenada pela CBF, em qualquer categoria ou divisão e ainda seria rebaixado para a Série D. Seria uma longa caminhada e nenhum clube estaria disposto a isso”, concluiu Higor Bellini,.
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