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Futebol ETC
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Com o Brasil fora do futebol olímpico, nossa alegria é torcer contra a Argentina

Derrota na estreia para Marrocos mostra que os “Hermanos” não estão com essa bola toda

Marcondes Brito

25/07/2024 6h06

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Reprodução/Instagram

O futebol dos Jogos Olímpicos começou antes da abertura oficial, e nós, que somos os donos da última medalha de ouro, estamos frustrados com o vexame de não ter conseguido passar pela fase classificatória sul-americana. Agora estamos vendo toda essa festa na França com um indisfarçável sentimento de inveja.

Quero crer que a nossa única motivação pra ver o futebol olímpico pela TV será torcer contra a Argentina. Penso que isso está no inconsciente coletivo. E não é que os ‘hermanos’ já começaram nos dando alegrias em Paris?

Assistimos nesta quarta-feira (24) a seleção de Marrocos derrotar a Argentina por 2 x 1, num jogo absolutamente inusitado e maluco. No fim do tempo regulamentar, o árbitro deu 15 minutos de acréscimos, os argentinos foram para cima e conseguiram empatar no último lance.

Acontece que houve uma invasão de campo, uma longa interrupção e a anulação do gol argentino após a revisão mais demorada da história do VAR. Foi um vexame histórico para os organizadores franceses.

Quase duas horas depois  – já sem torcida na arquibancada – o trio de arbitragem e os jogadores voltaram para campo para a continuação da partida. O resultado fez justiça à boa atuação do time de Marrocos. Mas os argentinos estão chorando até agora, como podemos ler nesse artigo a seguir do jornalista Diego Macias, no jornal Olé.

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Quando a partida terminou, ou parecia ter terminado, não hesitamos em dizer que a resolução Argentina-Marrocos tinha sido um erro, ainda que o resultado de 2-2 estivesse carimbado por todo o lado. O início organizacional dos Jogos Olímpicos foi péssimo, como se não se importassem com futebol. Vamos por partes. De papelão em papelão:

Papelão número 1

Os organizadores já sabem disso há muito tempo. Desde que não encontrem uma solução. Mas como as consequências são administráveis, isso não choca ninguém. A invasão dos torcedores aos campos – acontece principalmente no futebol – sempre oscilou naquela linha tênue entre o simpático e o perigoso. Na estreia argentina em Paris 2024 ele acrescentou outro visual: pode distorcer o jogo.

A Seleção Nacional não jogou bem e talvez devesse até ter perdido. Tão certo que é muito difícil fazer um jogo tão interrompido pela invasão de torcedores porque quando o time pareceu reagir, foi cortado novamente. Não é uma desculpa para o mau desempenho, mas é um alerta do quão prejudicial a invasão é para o desenvolvimento do jogo em si.

Você pode imaginar se Messi estivesse lá? Com esse nível de descontrole que foi a organização francesa, quantos teriam ido para a foto com o Leo? E até agora vai do lado que pode parecer bom. Mas ninguém para para pensar o quão perigoso isso pode ser para um jogador? Precisamos lembrar da tenista Mônica Seles, quando quem entrou em vez de pedir uma foto a esfaqueou com uma faca? Seles nunca mais voltou ao seu nível…

Papelão número 2

A França tem tempo para se corrigir. O absurdo de um jogo que terminou por causa da invasão e não porque o tempo acabou, não pode ser anedótico. Para além dos 15 minutos de acréscimo que o árbitro deu depois dos recorrentes atrasos dos marroquinos somados às invasões dos adeptos, durante aquele enorme período de descontos também houve situações para dar ainda mais prolongamento. Mas depois do gol de Medina o jogo não continuou. O descontrole foi total: gente em campo, jogadores fugindo para os vestiários.

Mais de meia hora depois do “suposto fim”, os jogadores argentinos não sabiam se o jogo ainda continuava ou não e a organização pediu às pessoas que abandonassem o estádio porque o jogo já tinha terminado. Não só isso, eles liberaram os voluntários e o pessoal de segurança.

Papelão número 3

O atraso parecia eterno. Os jogadores aguardavam no vestiário e de repente, depois de uma hora e meia, começou a circular a imagem do VAR marcando impedimento de Bruno Amione. Sem confirmar nada, as equipes tiveram que se aquecer novamente. Sem ninguém em campo, aos 15 minutos, o árbitro foi ao VAR verificar algo que não deveria verificar. Ou seja, se houve impedimento, ele nem precisou sair porque não deveria controlar o sistema eletrônico, o que é factual.

Você poderia ter verificado uma possível mão quando Otamendi chutou? Sim, mas se ele não viu tem que marcar e o VAR não fez. A eliminatória argentina foi então anulada, e jogaram mais três minutos (18 no total somados no segundo tempo), agora sem gente em quadra e sem pegadores de bola, já que todos haviam sido liberados.

Tudo bem a partida ter sido interrompida por segurança, mas precisava demorar tanto para o VAR avisar que o gol era irregular? Precisava voltar a disputar um jogo que já tinha tido um gol polêmico depois de injustificáveis QUINZE minutos de acréscimo? Inacreditável.

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