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Fala, Torcida
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Por uma Copa do Mundo no Marrocos

Primeira nação árabe a chegar às semifinais de Copa do Mundo, Marrocos já tentou, por cinco oportunidades, a candidatura para sediar um Mundial. Em 2030, possivelmente ao lado de Argélia e Tunísia, o país tenta, novamente.

Thiago Henrique de Morais

10/12/2022 14h30

Reprodução/ Twitter/ Fifa

Primeira nação árabe a chegar às semifinais de Copa do Mundo, Marrocos já tentou, por cinco oportunidades, a candidatura para sediar um Mundial. Em 2030, possivelmente ao lado de Argélia e Tunísia, o país tenta, novamente, ser uma das sedes de um dos eventos mais importantes do esporte mundial. E pela paixão do povo local com o futebol, a candidatura é mais do que merecida

Entre os países que são integrantes da Liga Árabe e que estão nesta Copa do Mundo, Marrocos é o que possui uma das torcidas mais apaixonadas. Hoje, é comum ver nos estádios bandeiras de países que nem estão no Mundial, como por exemplo a da Argélia, no meio da torcida de Marrocos. Além disso, possuem diversos jogadores que atuam em grandes centros do futebol mundial, como são os casos do lateral-direito Hakimi (que é companheiro de Neymar no PSG); e de Ziyech, figura importante do Chelsea. O primeiro, certamente, estará na lista dos melhores jogadores desta Copa do Mundo e o meia-ofensivo que atua na Inglaterra é candidato a ingressar na seleção do Mundial.

Quanto a uma possível Copa do Mundo no Marrocos, a missão deles tem sido ingrata. Perderam a disputa em 1994 – perdeu para os Estados Unidos por três votos. Em 1998, caiu para a França por cinco. Em 2006, a pior das disputadas, caiu ainda na primeira fase das votações, sendo eliminado por Alemanha, África do Sul e Inglaterra – a copa acabou para os germânicos. Em 2010, a perdeu para a África do Sul em meio a alegações de fraude – segundo matéria do Daily Telegraph, da Inglaterra, os marroquinos teriam tido mais votos do que o país do sul da África, que perdera a disputa contra a Alemanha, também em uma eleição controversa (a vitória foi por um voto contra a África do Sul). Por fim, perdeu a disputa para a Copa de 2026, novamente para os Estados Unidos – que farão o Mundial em conjunto com México (terceira vez) e Canadá. Além disso, perderam edições de torneios de base, feminino e futsal. Um trauma .   

O povo marroquino gosta de futebol e já demonstrou isso em diversas oportunidades. Em 2013, os brasileiros e o mundo puderam ver, pela primeira vez, a festa da torcida do Raja Casablanca no Mundial de Clubes – disputado naquele país. De quebra, ainda conseguiram vencer o Atlético-MG nas semifinais, por 3 a 1, e chegaram à final daquela competição. Na final, perderam para o poderoso Bayern de Munique, por 2 a 0. Com uma absurda festa da torcida local, que em sete jogos da competição, colocou mais de 34 mil torcedores nos estádios, seja em Marrakech ou em Agadir.

Nesta Copa do Mundo, eles foram ao extremo. Por estarem muito próximos do Catar e, principalmente, por estarem adaptados aos costumes islâmicos, eles lotaram os estádios. No duelo contra a Espanha, pelas oitavas de final, quando eliminaram um dos candidatos ao título deste Mundial, era nítido no estádio que mais de 70% eram marroquinos (ou, pelo menos, de apoio àquele país). Hoje, se tornaram o primeiro time africano – e árabe – a chegar a uma semifinal após a vitória por 1 a 0 sobre Portugal. 

Outro ponto diferente entre Marrocos e Catar, país criado apenas em 1971, após tornar-se independente do Reino Unidos, os marroquinos são muito mais abertos, ainda que seja um país árabe. É comum existir bares e restaurantes credenciados para a venda de bebida alcoólica, por exemplo, assim como a venda aberta em grandes supermercados. Muito diferente dos catares, que chegaram a proibir a venda de bebidas dentro dos estádios a dois dias do início do evento. Claro que existem restrições, como ficar sem camisa (que é um atentado ao pudor no país) ou a recomendação para usar bermudas ou regatas, mas dá para se adaptar a isso, principalmente após uma Copa do Mundo em um país tão radical quanto o Catar. Sem contar que o turismo na região é muito mais consolidado.    

A Copa do Marrocos, seja sozinho ou em conjunto, será muito difícil de acontecer, principalmente em função dos votos políticos, que tendem, a partir dos próximos anos, escolher países no hemisfério norte e com uma cultura ocidental. As grandes favoritas, até então, é a candidatura em conjunto de Portugal, Espanha e Ucrânia. Também na Europa e em uma candidatura em conjunto, Grécia, Bulgária, Sérvia e Romênia pleiteiam a Copa. Na América do Sul, Uruguai, Argentina, Paraguai e Chile também devem apresentar uma proposta. A decisão sairá somente em 2024, no conselho da Fifa. Há de torcer.  

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