Unificar o partido e definir o candidato à sucessão de Ibaneis Rocha no Buriti são as primeiras missões de Guilherme Sigmaringa, eleito no domingo como o novo presidente regional do PT. Cerca de 30 mil militantes do Partido dos Trabalhadores do Distrito Federal foram às urnas para escolher o novo comando regional e nacional da sigla, por meio do Processo de Eleição Direta.
As eleições, nas 24 zonais, ocorreram de forma tranquila e elegeram, para presidente da legenda até 2029, Guilherme Sigmaringa Seixas. O anúncio oficial saiu no diretório nesta segunda-feira (7).
O novo presidente Guilherme Sigmaringa (foto) nunca disputou cargos eletivos antes. O candidato vem de uma família com forte histórico político e jurídico. Ele é neto de Antonio Carlos Sigmaringa Seixas, um advogado renomado e fundador do partido, e filho de Luiz Carlos Sigmaringa, ex-deputado federal e considerado um dos petistas locais com maior proximidade ao ex-presidente Lula.
Conhecido como “Sig”, era reconhecido por sua participação na indicação de diversos ministros de tribunais superiores, mesmo sem nunca ter ocupado funções na hierarquia partidária antes de falecer em 2018.
Distrital de primeiro mandato, mas filiado ao PT-DF há quase duas décadas, Gabriel Magno falou sobre a necessidade de unidade do partido, especialmente para as próximas eleições gerais e locais em 2026. “Ter muitos candidatos é bom. Faz parte da história do PT e o partido lida bem com essas questões. Precisamos, após o pleito, formar consenso. Nas eleições passadas, o presidente Lula só ganhou na Asa Norte, por isso temos a necessidade de construir uma frente ampla.”
A apuração das eleições nacionais foi suspensa depois de uma decisão judicial que alterou as opções em Minas Gerais, mas os votos já somados indicam vitória do candidato Edinho Silva, apoiado por Lula, com o deputado Rui Falcão, que corre pela esquerda, em segundo lugar, mas distante. De qualquer forma, como teoricamente pode haver virada, a contagem de votos parou.
Dar a volta por cima
Desde o início das eleições diretas no Distrito Federal, o PT sempre teve boa performance e enfrentou várias vezes o ex-governador Joaquim Roriz, sempre indo ao segundo turno. Elegeu dois governadores, Cristovam Buarque e Agnelo Queiroz, além de dois senadores, Lauro Campos e o próprio Cristovam, que depois deixou a legenda.
A partir de 2010, porém, o partido encolheu, amargando até um nono lugar em 2018. Nas eleições passadas, apoiou um nome do PV. Guilherme Sigmaringa falou em formar uma chapa com partidos aliados e candidatos fortes contra o grupo do atual governador Ibaneis Rocha (MDB) e de sua possível sucessora, a vice-governadora Celina Leão (PP). Já havia perdido feio para José Roberto Arruda e, depois, acumulou fracassos.
Pré-candidato à Câmara dos Deputados, o distrital mais longevo da Câmara Legislativa, Chico Vigilante, afirma que o PT-DF terá um nome petista para concorrer ao Palácio do Buriti, em 2026. Segundo o decano da CLDF, há nomes à disposição no partido, como o ex-deputado federal Geraldo Magela; a ex-reitora da UnB, Márcia Abrahão; Leandro Grass, o nome do Partido Verde; e o próprio Chico Vigilante.
“Com os ataques da extrema-direita, a militância voltou a se unir e foi em peso às urnas para eleger a nova diretoria. A militância petista sentiu a necessidade de reagir às ameaças que têm ocorrido”, destacou Vigilante.