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Do Alto da Torre
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União Brasil confirma Reguffe, mas acordo ainda é incerto

O União Brasil recuou, confirmou que bancará a candidatura de Reguffe ao Buriti, mas até o início da noite não houve acordo

Eduardo Brito

04/08/2022 17h56

Foto: Agência Senado

Após muitas idas e vindas, o União Brasil confirmou na tarde desta quinta-feira, 4, a indicação do senador José Antônio Reguffe como candidato a governador do Distrito Federal nas eleições de outubro. A decisão foi tomada após Reguffe divulgar um vídeo, no final da manhã, em que deu sinais de que abandonará a corrida eleitoral. Na mensagem, postada em seu canal do YouTube, ele endureceu o jogo. Avisou que seria candidato a governador ou a nada, passando então quatro anos fora da política.

O União Brasil recuou, confirmou que bancará a candidatura de Reguffe ao Buriti, mas até o início da noite não houve acordo. O senador exigiu autonomia para seguir na campanha. Criou-se uma corrida contra o relógio, pois a convenção do partido começa às 18h30.

Reguffe deixou o Podemos em março e se filiou ao União Brasil, com a promessa de que seria o candidato do partido a governador. “Eu me filiei para oferecer ao Distrito Federal uma alternativa real e viável, um governo que fosse honesto de verdade”, afirmou. Segundo o senador, o compromisso de que poderia ser candidato e de que teria autonomia na escolha da chapa e de alianças não foi cumprido.

Ainda no vídeo, Reguffe acusou o governador Ibaneis Rocha de interferir no processo. “Me chegou a informação de que, há alguns dias, o governador do Distrito Federal (Ibaneis Rocha) estaria tentando cooptar o meu partido, com a exigência apenas de que eu não disputasse o governo do Distrito Federal”, revelou. “Não sei se é verdade ou não. Eu sei é que o meu partido e sua direção não me querem como candidato. E isso trai o compromisso estabelecido na minha filiação. Com isso eu não posso concordar”, disse.

Eventual desistência seria consequência de um recuo do partido, não dele. “O que leva um partido a não querer como candidato alguém que, na pior das hipóteses, tem mais de 20% nas pesquisas, alguém decente?”. Era uma alfinetada não apenas no União Brasil, mas também em Ibaneis. Afinal, Pesquisas de intenção de voto citadas pelo governador apontaram Reguffe com pontuações entre 20% e 25%, logo atrás de Ibaneis e com chances reais de um possível segundo turno. “Serei candidato a governador ou a nada. Pelo visto, será a nada”, concluiu o senador.

A repercussão do vídeo fez o União Brasil convocar uma reunião às pressas, que ocorreu no escritório do presidente nacional em exercício do partido, Antônio Rueda, no Lago Sul. Reguffe não apareceu por lá, mas estavam várias figuras locais do partido, como Rodrigo Totti, Maria Paula, Júlia Lucy e Rebeca Gusmão. O encontro foi conduzido pelo presidente regional do União Brasil, Manoel Arruda.

Ao final da reunião, Manoel Arruda confirmou que o União Brasil bancaria a candidatura de Reguffe para disputar a cadeira de governador. Todos na sala aplaudiram. Isso não significava um acordo, porém. O senador insistia em ter autonomia. Haveria aí um problema adicional. O próprio Manoel Arruda foi ao Palácio do Planalto onde o presidente Jair Bolsonaro o recebeu. Lá, Arruda garantiu ao presidente que a seção brasiliense o apoiaria para a reeleição. Estava implícita a possibilidade de endossar também a candidatura de Ibaneis Rocha. Reguffe sempre insistiu em que não apoiaria, em hipótese alguma, tanto Bolsonaro quanto Lula.

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