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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Tentativa de fortalecer a coligação

Juntos para o governo, mas concorrendo separadamente do Republicanos, o partido de Damares, o União Brasil calcula eleger três distritais

Eduardo Brito

12/08/2022 5h00

Atualizada 11/08/2022 23h50

A ex-ministra Damares Alves, candidata a senadora, reuniu-se com os candidatos a deputados do União Brasil, que deu uma guinada, rompeu a antiga coligação encabeçada pelo senador José Antonio Reguffe e passou a apoiá-la. Esse encontro, organizado pelo presidente regional do União Brasil, Manoel Arruda, permitiu a Damares, recém-chegada à política brasiliense, encontrar veteranas das eleições da cidade. Estavam lá a ex-governadora Maria de Lourdes Abadia, que deve disputar vaga de distrital, e Eliana Pedrosa, três vezes distrital e agora candidata a deputada federal. Damares disse a elas que Brasília vive “um momento histórico” e defendeu “essa união e fé de dois partidos grandes”. Manoel Arruda aproveitou a oportunidade e falou de “projeto vitorioso” decorrente da “integração entre os dois partidos”. Juntos para o governo, mas concorrendo separadamente do Republicanos, o partido de Damares, o União Brasil calcula eleger três distritais e um ou dois deputados federais.

Mal-estar interno

Apesar do clima de festa no encontro de Damares com os candidatos às eleições proporcionais, é justamente nessa área que se criou novo climão no União Brasil, agravando a tensão já existente desde que se rompeu o acordo do partido com o senador José Antonio Reguffe, a deputada Paula Belmonte e ainda o Partido Novo, o PSC, o Podemos e o PRTB. Candidatos a distrital reclamam que estão sendo deslocados para disputa de cadeiras de deputado federal. O sentido, aí, é evidente: são nomes com maior musculatura eleitoral que poderiam se eleger mais facilmente para a Câmara Legislativa e se veem escanteados para possibilitar que outros, menos votados, consigam as cadeiras pretendidas. A explicação é de que o interesse maior do partido está em obter votação ampla para deputado federal, pois é com base nesse capital eleitoral que o partido consegue ultrapassar o quociente e elevar participação nos bilionários fundos partidários.

Candidatura

A atual distrital Julia Lucy, que deve disputar cadeira de deputada federal, avisou que estava feliz com a possibilidade – embora cada vez mais remota – de que a deputada brasiliense seja candidata ao Buriti pelo Cidadania. Acrescentou, porém, que “mais feliz estaria se houvesse a chapa Reguffe-Paula”. De qualquer forma, completa Julia Lucy com uma mensagem enigmática, “o jogo ainda continua e quem se julga muito esperto pelo tempo será engolido”. A distrital revelou que “o senador Reguffe, homem sério e honrado, me pediu para não desistir de minha candidatura e assim estamos juntos pelo bem do Distrito Federal e do País”.

A vez do BRT Norte

O governador Ibaneis Rocha garantiu que terá como prioridade em uma segunda administração instalar o BRT Norte, ligando o Plano Piloto a Sobradinho e Planaltina. Também pretende construir três hospitais, pois, diz ele, “está na hora de o relógio da saúde rodar com mais velocidade”. Ibaneis foi homenageado com o título de sócio honorário da Associação Brasileira dos Advogados nesta quinta-feira, 11, Dia do Advogado, em evento na sede do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, a OAB. Formado em Direito, Ibaneis Rocha exerceu a profissão por 25 anos até se candidatar ao Palácio do Buriti e vencer as eleições em 2018. O governador disse também que, “oriundo da advocacia, aprendi a governar e pretendo continuar avançando em grandes projetos com a confiança que já adquirimos”.

Carta aos brasileiros

Candidato a governador pela federação PT-PV-PCdoB, o distrital Leandro Grass fez questão de assinar a Carta aos Brasileiros e às Brasileiras durante ato realizado pela Universidade de Brasília em defesa da democracia e do sistema eleitoral brasileiro em conjunto com outras manifestações por todo o País. Leandro lembrou que “foi na UnB que desenvolvi boa parte da minha formação política e da minha consciência social” e por isso a escolheu “como cenário para deixar clara nossa posição contra o que se está fazendo no nosso País”.

Contra redesenho do Parque Nacional

A candidata do PSOL ao Buriti, Keka Bagno, não perdoou a revisão do perímetro do Parque Nacional, aprovada na quarta-feira para o Senado. Ela destacou que “não existe Planeta B”, em uma referência à destruição ambiental. Keka colocou o dedo na ferida: enquanto se mutilou uma grande área do Parque Nacional, a integração de novas áreas, como compensação, ainda não está decidida. “Foi aprovada a redução de 3.706,26 hectares da Floresta Nacional de Brasília, área equivalente a quase nove Parques da Cidade”, disparou Keka. Embora essa área já estivesse degradada pela ocupação irregular, a compensação ainda não está clara, nem em área, nem em quando será feita. Keka aproveitou para dedurar os responsáveis, seus adversários nesta eleição, destacando que o projeto é da deputada Flávia Arruda, candidata ao Senado, e o relator no Senado foi Izalci Lucas candidato ao Buriti.

Contas

Só para se conhecer a dimensão do problema, a redução nos limites da Floresta Nacional de Brasília será de 3.700 hectares, quando a floresta tem atualmente 9.300 hectares de tamanho. Essas áreas são hoje ocupadas por dois assentamentos irregulares, chamados 26 de setembro e Maranata, onde vivem 40 mil pessoas. Ainda não está claro como se farão as compensações, mas o projeto exige que ocorram. O senador Izalci Lucas admite que os limites da floresta serão reduzidos, mas relembra que essa área de ocupação já não representa mais vegetação nativa. Ou seja, a perda é fato.

Defensoria

A nova gestão da Defensoria Pública do Distrito Federal completou nesta quinta-feira, 11, 100 dias de trabalho. Durante esse período, além de centenas de atendimentos itinerantes, a Defensoria inaugurou novos Núcleos de Assistência Jurídica e parcerias inéditas. Com foco na expansão da Defensoria Pública, os primeiros passos foram voltados para fortalecer os diálogos institucionais com os poderes Legislativo e Executivo, em busca de inserir projetos e demandas da instituição na agenda pública. Está concluindo agora uma nova estrutura para a composição da entidade, o que possibilitou a nomeação do corpo defensorial.

Compartilhamento

Ex-presidente da Câmara Legislativa e agora candidato a vice na chapa da senadora Leila Barros, o ex-deputado Joe Valle aposta em um novo tipo de gestão, compartilhada. Ele mesmo diz: “Leila é uma mulher muito forte, uma guerreira, decidida a fazer as coisas, e eu tenho a experiência que ela precisa, com isso nos complementamos”. Afinal, diz Joe, “não faço nenhuma questão de ser governador, mas faço questão de governar, porque eu sei onde estão os gargalos”.

Reforma política em pauta

Até agora chocado com a trairagem do União Brasil com o senador José Antonio Reguffe, para ele “vítima do grande poder que a direção dos partidos têm no Brasil”, o advogado e candidato Paulo Roque, do Partido Novo, diz ter aprendido do jeito mais difícil “que o País precisa, urgentemente, de uma reforma política para valer”. Essa reforma, diz ele, “precisa criar mecanismos para impedir que os partidos tenham donos no Brasil, como agora, e permitir uma relação mais transparente com os seus filiados e a sociedade, sobretudo, numa época dessa montanha de recursos públicos do fundão eleitoral”. Ou seja, as direções partidárias, encasteladas em estatutos internos que garantem sua permanência em qualquer caso, não podem mais se impor como atualmente. Além disso, Paulo Roque propõe candidatura avulsa, voto distrital e limitação da reeleição inclusive no Legislativo. Só para lembrar, candidato a senador pelo Partido Novo na chapa de Reguffe, Paulo Roque desistiu da majoritária e se lançou candidato a deputado federal.

Endividamento

A Câmara Legislativa acaba de aprovar, em primeiro turno, projeto de lei complementar que fixa um novo limite para os descontos de crédito consignado na folha de pagamento. Agora, esses descontos podem chegar até a 40% dos contracheques de servidores distritais, aposentados e pensionistas, desde que 5% destinados a saque ou amortização de despesas contraídas por meio de cartão de crédito. Os bancos estão felizes da vida.

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