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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Solução salomônica para a CPI

A bancada governista, que pretendia ficar com a presidência e a relatoria da comissão, cedeu, entregando o comando ao petista Chico Vigilante

Eduardo Brito

07/02/2023 22h58

Foto: Carlos Gandra/CLDF

Depois de muitos confrontos e de ser até apelidada de Titanic Investigatório, a Comissão Parlamentar de Inquérito dos atos antidemocráticos de 12 de dezembro e 8 de janeiro em Brasília sobreviveu.

A bancada governista, que pretendia ficar com a presidência e a relatoria da comissão, cedeu, entregando o comando ao petista Chico Vigilante. Por sua vez, Vigilante desistiu de cobrar a relatoria, vista como o cargo-chave. A bancada oposicionista ameaçava retirar-se da CPI se não indicasse o relator.

No fim, fez-se a paz. A relatoria será do distrital João Hermeto, ex-líder do governo Ibaneis na Câmara. A princípio, o preferido para o comando dos trabalhos era o pastor Daniel de Castro, que abriu mão para a composição com o colega petista. Vigilante fez um aceno a Daniel, prometendo contar com ele para “investigar tudo o que a CPI puder investigar, dentro da legalidade”.

Daniel de Castro, porém, recusou a vice-presidência, que ficou com Jaqueline Silva. O acordo não teve as bênçãos do Palácio do Buriti, que pretendia, valendo-se de sua maioria de cinco votos a dois, conquistar os dois cargos. No fim prevaleceu a composição, negociada pelo presidente da Câmara, Wellington Luiz.

Presidente não ficará acima dos demais

Agora, com o acordo costurado e escolhido como presidente, Chico Vigilante convocará os membros para a primeira reunião da CPI. O novo presidente reconheceu o peso da negociação: “passamos por momentos tensos, momentos de muito debate para definição da composição desta CPI, mas o presidente Wellington Luiz (mostrou que está realmente à altura de conduzir os trabalhos da Casa, pois atuou de forma exemplar para que chegássemos a esse resultado”.

Chico Vigilante prometeu também que “sou o presidente formal da CPI, mas aqui não teremos essa de o presidente ser mais do que qualquer dos demais membros da comissão”. Já acertou com os demais integrantes marcar uma audiência com o diretor geral da Polícia Civil do DF e Wellington participará dessa reunião.

Os integrantes da CPI concordaram também em “convocar os melhores delegados da Policia Civil e os melhores agentes da polícia do DF, o pessoal da inteligência, para nos ajudar nesta investigação”. Afinal, disse Vigilante, “esta CPI tem um componente político importante, mas também um componente jurídico”.

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