Menu
Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Reviravolta nas coligações

De lá, Damares seguiu para o Palácio do Buriti, onde se reuniu com o governador Ibaneis Rocha. Levou a ele a confirmação de integração do Republicanos à sua base política

Eduardo Brito

16/06/2022 5h00

Atualizada 15/06/2022 23h45

Foi um dia cheio para a ex-ministra Damares Alves, que tenta viabilizar sua candidatura ao Senado pelo Distrito Federal. De manhã cedo encontrou-se, no Congresso, com a presidente regional do PP, a deputada brasiliense Celina Leão. Saiu de lá com o compromisso de que o PP se uniria ao Republicanos, partido de Damares, para apoiá-la. A ex-ministra tem afinidades políticas com Celina, além de amizades em sua família, e isso também pesou na definição. De lá, Damares seguiu para o Palácio do Buriti, onde se reuniu com o governador Ibaneis Rocha. Levou a ele a confirmação de integração do Republicanos à sua base política – que já tinha sido acertada, mas sofreu um estremecimento após o desembarque da ex-ministra na política brasiliense, tentando obter, às cotoveladas, um espaço na vertente política do governador.

Duas confirmações

Se o acerto com Celina e o PP está consolidado, não se pode dizer o mesmo da vaga da chapa de Ibaneis. O governador avisou Damares que mantém integralmente seu compromisso com a também ex-ministra Flávia Arruda, candidata de sua coligação para o Senado. Ainda assim, o time da ministra convenceu-se de que nada impede uma mudança, que poderia até ocorrer com certa rapidez. Afinal, relatou a ministra, o encontro foi muito cordial. Ibaneis a cumprimentou pela iniciativa de procura-lo e elogiou sua gestão no Ministério da Mulher, Família e Cidadania, dizendo que a acompanhara de perto. Damares saiu da reunião convencida também de que não haverá obstáculos a um palanque com Jair Bolsonaro, inclusive porque a relação do presidente com Ibaneis está amena, tendo sido superado o desencontro por conta do lockdown da Covid.

Isolamento

A iniciativa de Damares teve ainda o condão de isolar o grupo que investe apenas nas candidaturas Arruda. Inviabilizou-se, ao menos por bom tempo, a tese de apostar em uma radicalização bolsonarista com uma chapa de ex-ministras ou outra fórmula do gênero. Flávia Arruda ignorou a escalada de Damares.

Com Simone

Ex-presidente do MDB do Distrito Federal e hoje candidato a distrital, o ex-vice-governador Tadeu Filippelli aproveitou evento nacional da Fundação Ulysses Guimarães para garantir seu apoio à candidata do partido à presidência, a senadora Simone Tebet. Disse que a marca do MDB é ser um partido aberto ao diálogo, plural e democrático, ao contrário de outras alternativas. Por essas e outras, diz “nossa pré-candidata à Presidência da República representa bem não só o nosso partido, mas o povo brasileiro”.

Desastre para os deficientes

Apostando no eleitorado ligado a pessoas com deficiência, o distrital Robério Negreiros se disse revoltado com a decisão do Superior Tribunal de Justiça que firmou entendimento, por seis votos a três, na limitação do rol de procedimentos listados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar para a cobertura dos planos de saúde. Seu protesto foi feito durante a abertura de uma sessão solene em homenagem ao Dia do Orgulho Autista na Câmara Legislativa. “Essa decisão”, disse o distrital, “permitirá que planos de saúde neguem a realização de atendimentos e coberturas que não estejam previstos em lista, “com exceções que não ficaram claras”. Segundo Negreiros, trata-se de uma notícia “lamentável e trágica” para milhares de famílias que podem ficar sem amparo, uma vez que afeta diretamente não só os autistas, mas, também, pessoas com deficiência, pacientes com doenças graves, como câncer e outras patologias raras. “Esta decisão ameaça a saúde e a vida da população”, completou.

Novo endereço

Indicado pelo presidente de seu PP, o hoje ministro Ciro Nogueira, o administrador Gilberto Occhi também já foi ministro duas vezes – primeiro da Saúde e depois das Cidades – além de presidente da Caixa Econômica Federal e, no Distrito Federal, diretor-presidente do Instituto de Gestão Estratégica da Saúde, nomeado pelo governador Ibaneis Rocha. Deixou o cargo em agosto passado. Agora está muito bem instalado no Sebrae nacional. Já tem gente dizendo que, mais cedo ou mais tarde, será presidente da instituição.

Fogo contra a Procuradoria

O deputado brasiliense Israel Batista abriu fogo contra a Procuradoria Geral da República. Quando o presidente Jair Bolsonaro afirmou que “meia dúzia de técnicos, ali no final, diz quem ganhou a eleição no Brasil” e que “o Tribunal Superior Eleitoral tem uma sala secreta”, apresentou uma notícia-crime contra ele no Supremo Tribunal Federal. Justificou que “a meu ver, ele cometeu crime contra o Estado Democrático de Direito”. A vice-procuradora-Geral se pronunciou sobre o assunto e disse, segundo Israel, que “o Presidente podia mentir dizendo que o TSE tinha uma sala secreta, porque isso estava coberto pelo manto da liberdade de expressão”. Só que, diz o deputado, “nós sabemos que a Procuradoria tem sempre acobertado os desmandos do presidente”. Apresentou um recurso, alegando que o presidente da República comete crime contra o Estado Democrático de Direito ao espalhar, deliberadamente, desinformação sobre o sistema eleitoral brasileiro e que a Procuradoria não pode ser neutra diante de crimes contra a democracia.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado