Ao saber do assassinato do jovem Isaac, de 16 anos, no que considera ser uma das áreas mais seguras do Distrito Federal, a 112 Sul, o senador brasiliense Izalci Lucas procurou o delegado responsável pelo inquérito e o encontrou impressionado pela frieza dos jovens que o mataram, adolescentes como a vítima, que tratavam tudo como uma coisa natural, rindo e brincando.
Comparou o caso com o do pai que agrediu o professor que impedira sua filha de usar o celular durante a aula, cumprindo uma lei aprovada pelo próprio Congresso. Para Izalci, dentre os vários fatores que conduzem a essa situação, está o fato de que o DF tem hoje, segundo ele, o menor contingente de policiais militares de sua história, somado à falta de valorização dos professores.
Com isso, disse ele, o País não tem uma alfabetização correta, na idade certa – e talvez o maior gargalo da educação seja a alfabetização. “É exatamente nesse período da primeira infância que você tem todo o desenvolvimento cognitivo, é onde você tem não só a alfabetização, mas a coordenação motora. Com isso, as nossas crianças vão para o ensino fundamental sem a alfabetização correta, depois chegam ao ensino médio com todas as dificuldades”.
O resultado, diz Izalci, “está aí: no ensino médio, 60%, 70% dos jovens não sabem Português, não sabem Matemática e também não têm educação profissional, mas você não tem como dar uma aula se o aluno não o respeita, se não há silêncio, se há uma baderna dentro da sala, e se você não pode fazer nada com o aluno”.