O senador Izalci Lucas avisou nesta terça-feira que medidas usadas pelo governo federal para qualificar o sistema de ensino podem, na realidade, ter o sentido inverso.
Ex-secretário de Educação, Izalci disse que as instituições governamentais têm esquecido os três pontos-chaves da qualidade do ensino: alfabetização, educação profissional e formação de professor. Precisaria haver não só um plano emergencial, mas sua continuidade, pois nada desse segmento ocorre da noite para o dia.
“Você não forma um professor em um ano ou seis meses, você tem toda uma trajetória, mas você tem que dar o primeiro passo, e a gente precisa investir, imediatamente, nessa formação”, advertiu.
Tudo fica mais difícil quando a escola não tem internet, não tem tecnologia, não tem laboratório de ciência, não tem esporte e não tem cultura. As fórmulas simplistas adotadas, para Izalci, só complicam o sistema: “Para segurar o aluno em sala de aula, para ele não abandonar a escola, se decide que vamos pagar R$200 para cada um, o Pé-de-Meia. Resolve? Nada, absolutamente nada”.
Ao contrário, o que se está fazendo é colocar a juventude já na linha do Bolsa Família, para ficar dependente do Governo. “Acho que é isso que o Governo quer, que todos os brasileiros sejam dependentes dele, ou estando no Pé-de-Meia, como aluno, ou estando no Bolsa Família, recebendo aí, e que tem comprometido, inclusive, a falta de mão de obra”, observou.
Vagas para o magistério
Também o deputado brasiliense Reginaldo Veras foi à tribuna para falar sobre a semana do professor. Disse que havia uma boa notícia: a Secretaria de Educação anunciou um novo concurso público para o primeiro semestre de 2026.

Fez, porém, observações sobre o número: o concurso deverá preencher cerca de 2.500 vagas imediatas, mais 7.500 vagas para o cadastro de reserva para o cargo do magistério e também para o PPGE, o antigo assistente em educação.
Entretanto, lembrou Veras, no Distrito Federal há hoje 16 mil professores de contrato temporário. Defendeu, assim, aumentar esse número de vagas, de modo a acabar com esse número excessivo de contratação temporária, porque, ensinou, somente professor concursado efetivo é que tem possibilidade de dar continuidade ao trabalho.