O Podemos, partido que conta hoje com 17 deputados e quatro senadores, deve confirmar seu apoio ao governador Ibaneis Rocha em um encontro marcado para o Hotel San Marco, na manhã de sábado. A reunião foi organizada pelo secretário nacional do partido, Luiz França, e reunirá, além de Ibaneis, a vice-governadora Celina Leão, o secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha, o secretário de Estado do Entorno e presidente do Podemos-DF, Cristian Viana, e o vice-presidente nacional do Podemos, Pastor Everaldo, além de lideranças, coordenadores e pré-candidatos do Podemos, que pretendem ampliar o diálogo interno e iniciar o planejamento estratégico do partido para os próximos desafios eleitorais. O apoio do Podemos a Ibaneis e Celina já era esperado, desde que o partido passou a participar do atual governo brasiliense.
Desde os tempos de Jânio
O nome Podemos foi adotado há pouco tempo, mas a sigla original, o PTN, Partido Trabalhista Nacional, remonta aos tempos de Getúlio Vargas. O sistema montado na redemocratização, depois da ditadura getulista do Estado Novo, se baseava em três grandes partidos, um deles o PTB. Mais à esquerda, reunia Getúlio Vargas e dois então jovens líderes, Leonel Brizola e João Goulart. Um dissidente de Vargas, Hugo Borges, criou o PTN, partido nanico pelo qual disputou o governo paulista e quase ganhou.
Outro líder surgido nessa época, Jânio Quadros, dizia-se apartidário, mas se apropriou da legenda PTN para chegar aos varguistas. Foi o primeiro a lançar a candidatura presidencial de Jânio, que se elegeu, mas renunciou em seguida. O PTN era dirigido por um radialista amigo, Dorival Masci de Abreu, e virou uma espécie de feudo familiar. É controlado até hoje pela deputada Renata Abreu, sobrinha de Dorival, que o transformou em Podemos e, graças à administração do fundo eleitoral, conseguiu ampliar as bancadas federais.
