O Senado aprovou em dois turnos a proposta de emenda constitucional que autoriza furar o teto de gastos para o novo governo aumentar despesas. O placar foi semelhante. No primeiro turno foram 64 votos a 16 e, no segundo, 64 a 13.
Mas a bancada brasiliense rachou. A senadora Leila Barros, que integra a equipe de transição de Lula, já tinha anunciado voto a favor. À última hora, Izalci Lucas juntou-se a ela após liberar a bancada do PSDB, de que é o líder.
Mas o senador José Antonio Reguffe votou contra. O também senador Jaques Wagner, que coordenava o esforço dos petistas, até tentou convencê-lo.
Mas Reguffe não cedeu. Avisou que a PEC da Transição, apelidada pelos críticos de PEC da Gastança, é “uma irresponsabilidade fiscal”.
Deu até um exemplo: “se em nossa casa tivermos de gastar mais com alimentação, vamos ter de tirar de outro lugar”. Para Reguffe, “um governo não pode simplesmente tirar uma despesa do cálculo do teto e fingir que não vai ter a despesa. Ela continuará existindo”. Reguffe manteve a coerência.
Despede-se do mandato exatamente da mesma forma como começou, evitando despesas irresponsáveis e defendendo o dinheiro de quem paga impostos. Afinal, disse o senador, “quem vai pagar essa conta no final é o contribuinte, com aumento de impostos”.
Mais um na conta
Conforme a coluna antecipou, a ofensiva bolsonarista sobre a presidência do Senado consegue capturar votos mediante negociações individuais, na tentativa de eleger o ex-ministro Rogério Marinho.
Acaba de conseguir mais unzinho. O recém-eleito Cleitinho Azevedo, zebra senatorial de Minas Gerais, acaba de se transferir do PSC para o Republicanos de Damares Alves, com direito a imagem ao lado do presidente nacional do partido, Marcos Pereira.
É mais um voto para Rogério Marinho. Fica o registro de que, ao menos por enquanto, o atual presidente Rodrigo Pacheco é franco favorito para se reeleger.