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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Paulo Octávio ainda pode ter Damares no palanque

Damares mostrou interesse em um acordo. Só que o Republicanos está dividido a respeito

Eduardo Brito

10/08/2022 5h00

Atualizada 09/08/2022 23h50

Foto: Divulgação

Não só o PSDB de Izalci Lucas ou o PDT de Leila Barros deixaram em aberto as vagas de senador para permitir alianças que fortaleçam a chapa. O PSD do ex-governador Paulo Octávio fez o mesmo. Todos os partidos delegaram à executiva poderes para fazer alterações na chapa, dentro do prazo que se extingue no dia 15, próxima segunda-feira. No PSD já existe um candidato formal, o desembargador aposentado Carlos Divino, mas Paulo Octávio já conversou com a ex-ministra Damares Alves, várias vezes, sobre a possibilidade de apoio mútuo. Filiada ao Republicanos e apoiada pelo União Brasil, Damares está na condição de candidata avulsa, não vinculada a qualquer chapa. Muita gente em seu palanque considera desconfortável essa situação. Damares mostrou interesse em um acordo. Só que o Republicanos está dividido a respeito. A maior parte dos candidatos da legenda – aí incluídos o deputado federal e os dois distritais que buscam a reeleição – preferem permanecer na base do governador Ibaneis Rocha. Para eles, ao contrário, a convivência com uma candidatura avulsa é preferível. Por enquanto, Damares fica onde está.

Briga de foice com Gleisi

Pintou um climão entre a ex-ministra Damares Alves e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Tudo porque Damares acusou os governos petistas de editarem uma cartilha que ensina a usar crack. Gleisi pediu ao Tribunal Superior Eleitoral a cassação da candidatura de Damares por ofensas ao ex-presidente Lula. “Antes foram o kit gay e a mamadeira de piroca, agora a cartilha do crack; essa gente não tem limites”, disparou a presidente petista. Damares deu o troco. Desafiou Gleisi a explicar por que o PT não pediu a cassação do então senador Gerson Camata, que leu trechos da cartilha em plenário. Camata foi à tribuna, em 2008, para ler frases de uma cartilha do Ministério da Saúde, no governo Lula, dirigida a usuários de álcool e drogas. Camata citou os trechos. “Quanto ao crack, diz: ‘Ah! Se você é usuário de crack, você tem de beber muita água após consumir crack, bastante água mesmo, e também tem de se alimentar bem antes e depois do consumo de crack’. Ensina como se faz. E, quanto ao ecstasy, recomenda fazer uso de bastante bebida isotônica antes e depois de a pessoa consumir a droga. Para o Ministério, ‘essa é a maneira de evitar um dano maior’”. Foi essa cartilha que caiu agora nas mãos de Damares. Ela tem um dos impressos originais. Citou ainda outros trechos: “não use notas de dinheiro e não coloque canudos diretamente nas narinas, que devem ser lavadas depois”.

Opções para Paula Belmonte

Presa à federação PSDB-Cidadania, que barrou sua indicação a governadora e impediu coligação com o ainda candidato José Antonio Reguffe, a deputada brasiliense Paula Belmonte viu se estreitarem suas opções eleitorais. Salvo a possibilidade de êxito de uma ação judicial, ela só teria opções dentro dos limites partidários. Até poderia, em tese, ser candidata a senadora. Mas garante que nunca aceitaria integrar a chapa majoritária do rival, o senador Izalci Lucas. Seria inviável buscar a reeleição para deputada federal, pois até o momento a nominata da federação não garante quociente eleitoral. Resta a possibilidade de uma candidatura a distrital. A chapa do Cidadania, que tem mais nomes competitivos que o PSDB, deve conseguir ao menos uma vaga na Câmara Legislativa. Por enquanto, porém, Paula Belmonte afasta todas essas alternativas. Considera-se ainda no jogo pelo controle da seção federação, confiando em uma solução por via judicial.

Um passo adiante

Na noite da última segunda-feira, 8, Paula Belmonte conseguiu êxito, ainda parcial, em uma de suas demandas. No Tribunal Superior Eleitoral, o ministro Ricardo Lewandowski exigiu do presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, a apresentação de cópia da ata da reunião realizada no dia 26 de julho, que evitava fornecer à turma do Cidadania. O prazo legal para isso seria de 10 dias, mas Lewandowski reconheceu esse prazo é incompatível com o calendário eleitoral, tendo em vista a data fatal do dia 15 de agosto, e assim exigiu que até esta quinta-feira apresente a ata. É com base nesse documento que o Cidadania pretende invalidar os atos posteriores e a indicação do senador Izalci Lucas para a candidatura ao governo.

Companhias diferentes

O governador Ibaneis Rocha retomou as agendas eleitorais com sua candidata ao Senado, a ex-ministra Flávia Arruda. Compareceram juntos a um evento com empresários organizado, no Plano Piloto, pela ex-distrital Telma Rufino, que tenta retornar à Câmara Legislativa. Nem todos os compromissos de campanha, porém, contam com a presença de ambos. Flávia Arruda percorreu o Gama e Brazlândia, onde houve uma grande concentração popular, com o marido José Roberto Arruda, candidato a deputado federal. Sem Ibaneis.

Deflação no Distrito Federal

O Distrito Federal apontou queda de 0,98% na variação de preços no mês de julho, conforme aponta o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e apresentado pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal. A deflação foi até mais intensa que a verificada pela média do País, de -0,68%. Para isso pesou a redução nos preços da gasolina e a queda só não foi maior porque outros itens, como a alimentação, mostraram alta no custo. Mas o alívio foi maior para quem ganha mais. Os 25% mais ricos do Distrito Federal perceberam uma deflação de -1,53% em julho e os 25% mais pobres tiveram variação de -0,79%. Culpa, de novo, foi dos alimentos, que têm peso mais significativo nos estratos populares.

Aumento de impostos

Uma das críticas que se faz com maior frequência às administrações de esquerda é a de que invariavelmente aumentam impostos. Uma das razões da derrota de Marta Suplicy quando disputou a reeleição para prefeita de São Paulo foi justamente a carga tributária. Apelidaram-na de Martaxa. E pegou. Mas nem ela falou em reajustes de impostos na campanha. Em Brasília, a candidata do PSOL, Keka Bagno está fazendo isso. Promete aumentar alíquotas de IPTU para custear uma bolsa de R$ 600 para pessoas com renda de um salário mínimo ou até três salários mínimos, sendo o dobro para mulheres chefes de família, cuidadores de pessoas idosas, deficientes ou com doenças raras. É verdade que esse reajuste só atinge os imóveis de maior valor e que a causa é positiva. Mas falar de imposto em campanha é tudo o que os candidatos costumam evitar.

Pela Polícia Federal

Há uma parcela da Polícia Federal cansada da ideia de que segurança pública é só tiro, porrada e bomba. Para Flávio Werneck, policial federal de origem, candidato a deputado federal e especialista no assunto, segurança vai além das armas e inclui educação, saúde, saneamento e, principalmente prevenção. Sobre a própria Polícia Federal, a preocupação do momento é com o corte de verbas que, segundo ele, prejudica diretamente o combate aos crimes eleitorais e às FakeNews. Ele espera que a renovação no Congresso e no Executivo signifique a retomada da imagem de independência da Polícia Federal, que acabou arranhada nos últimos tempos.

Olhaí o Queiroz

Quem se lembra do Queiroz, apontado como operador das rachadinhas da família Bolsonaro, aquele que sumiu e foi encontrado escondido em uma casa do advogado da turma? Pois ele mesmo, Fabrício Queiroz, ressurgiu como candidato a deputado estadual no Rio de Janeiro. Com santinhos verde-amarelos ele tem até um slogan: “O cidadão de bem terá voz na Assembleia”.

Guerra no Entorno

Com o governador Ronaldo Caiado forte nas pesquisas, a disputa majoritária mais acirrada em Goiás será a do Senado. Até o ex-governador Marconi Perillo, que ocupou o cargo por quatro mandatos, acaba de desistir. Em vez disso, lançou-se também por uma vaga de senador. Mas a verdadeira guerra se dá entre três candidatos acomodados na mesma chapa de Caiado. Estão no páreo Vilmar Rocha, do PSD, Alexandre Baldy, do PP, e delegado Waldir, do União Brasil. Todos eles têm nichos eleitorais próprios, mas um pezinho no Entorno do Distrito Federal. Por isso mesmo se prevê que essa região será disputadíssima entre os três. Caiado faz apelos a um entendimento, mas não é para valer. Interessa ao governador, claro, ter três candidatos fortes pedindo votos para ele. De quebra, Perillo foi bem votado no Entorno em todas as suas quatro eleições para governador.

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