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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Paula é lançada para o Senado…

Apareceram até Joe Valle, do PDT, e Rafael Prudente, candidato a governador do PSB

Eduardo Brito

13/05/2022 5h00

O salão de festas da Asbac, diante do Lago Paranoá estava repleto, com mais de 2 mil pessoas, no lançamento da candidatura da deputada brasiliense Paula Belmonte a senadora pelo DF. A equipe dela, que assumia também a presidência local do Cidadania, contou entre elas 100 pré-candidatos a deputado federal e a distrital. Também apareceram por lá ao menos dez deputados federais de vários partidos e quase toda a bancada nacional do Cidadania. Paula Belmonte (foto) prometeu juntar “um time do bem” e avisou que “espera fazer uma composição ampla”, além de dizer que “chega de governador preso”. Além do seu partido estavam por lá caciques do PSC, do Novo, do SD, do Podemos e do PRTB. Apareceram até Joe Valle, do PDT, e Rafael Prudente, candidato a governador do PSB.

…mas Reguffe nem dá sinais de vida

O presumível companheiro de chapa de Paula Belmonte, o senador José Antonio Reguffe, nem apareceu por lá. Sequer mandou mensagem. Também tomou chá de sumiço o presidente regional do União Brasil, Manuel Arruda. O União Brasil é apontado como um dos principais integrantes da coligação costurada em conjunto com Paula. Os outros dois senadores do Distrito Federal, Izalci Lucas e Leila Barros, apontados como próximos a Reguffe, igualmente não foram. Era inevitável que se interpretasse as ausências como desconforto diante do que seria um xeque-mate em Reguffe, com a definição de Paula pelo Senado, para que assuma enfim a candidatura ao Buriti.

Convicção

Uma tentativa de salvar o clima foi feita pelo presidente regional do Solidariedade, o ex-senador Hélio José, companheiro de bancada de Reguffe por quatro anos. Hélio José revelou que conversara com o senador na véspera, ouvindo dele que tinha “a convicção” de que disputaria a eleição para governador, esperando apenas “a hora certa”, para anunciar a candidatura. Outro esforço para consertar o mal-estar foi feito pela ex-governador Maria de Lourdes Abadia, candidata a deputada federal pelo União Brasil. Ela disse que tanto Paula quanto Reguffe têm plena capacidade para ir ao Senado ou ao Buriti. Fora isso, referências entusiasmadas foram feitas por Paula, por seu marido Luís Felipe Belmonte – presidente regional do PSC – e por outros figurões presentes.

100% de presença

O senador Reguffe informa que não compareceu por uma razão simples. Havia votação de autoridades no plenário do Senado, o que exige a presença dos senadores. Não se admite voto à distância. Apenas dois senadores têm hoje 100% de presenças nas sessões – e Reguffe é um deles, o que cumpre compromisso pessoal. E, garante o senador, a ausência não muda em nada sua relação política com Paula Belmonte.

Reaproximação na igreja

Meio afastados desde a mudança de comando no MDB brasiliense, Ibaneis Rocha e Tadeu Filippelli voltaram a se encontrar: o governador fez questão de aparecer na missa de aniversário de Filippelli. Foi na Igreja Nossa Senhora de Nazaré, no Lago Sul. Embora Filippelli tenha participado da filiação de Ibaneis ao MDB, de que era presidente regional, os dois se afastaram, inclusive se encontrando raramente. O próprio Filippelli, que foi vice-governador do petista Agnelo Queiroz, costuma lembrar que não fez uma indicação sequer para o atual governo. As arestas, porém, estão sendo aparadas e o comparecimento de Ibaneis à missa que comemorava os 73 anos de Filippelli dá um sinal da reaproximação entre ambos.

Tempos difíceis

O ex-governador José Roberto Arruda também cumprimentou Filippelli pelo aniversário. Na mensagem, Arruda lembrou: “já vivemos tempos difíceis juntos”.

Adiado

O presidente do PT brasiliense, Jacy Afonso, remarcou o encontro regional do partido, que ocorreria neste final de semana, para os dias 27 e 28 de maio, duas semanas depois. A decisão foi tomada, segundo o presidente, porque a executiva nacional do partido avocou as decisões sobre tática e candidaturas majoritárias e aliança no Distrito Federal. Jacy Afonso cita que a possibilidade de ter uma candidatura própria do PT ao Governo do Distrito Federal seria a construção de uma candidatura de consenso, o que se inviabilizou. Diante disso, perdeu o sentido a realização do encontro que, na prática, visava justamente discutir os nomes.

Agora para o Senado

Confirmada pela direção nacional petista a indicação do distrital Leandro Grass, do PV, para disputar o governo do Distrito Federal, o ex-deputado Geraldo Magela anunciou que agora pretende concorrer ao Senado. Avisou que apoia a decisão do comando partidário – afinal, a avocação das escolhas de candidaturas majoritárias se explica pela prioridade dada à campanha de Lula ao Planalto. Ressalvou: “penso que o melhor seria uma candidatura petista, mas as divisões internas nos colocaram na situação, nunca vivida antes, de o PT não ter candidatura para disputar o GDF”. Magela disse ainda que “defendia a candidatura própria do PT por entender que esta seria a melhor forma de construir um palanque forte para Lula, mas infelizmente não foi este o entendimento de algumas lideranças do PT”. É uma alfinetada nas lideranças locais que apostaram na candidatura rival da sindicalista Rosilene Corrêa, dividindo o partido no Distrito Federal.

Manifesto se foi

Já Rosilene Corrêa limitou-se a divulgar informação, já publicada nesta coluna, de que “manifesto de apoio à diretora do Sinpro-DF, assinado por 178 delegados, será apresentado no Encontro de Tática Eleitoral neste sábado, significando que 60% dos 300 delegados do PT-DF querem Rosilene Corrêa candidata ao GDF”. Acrescentou apenas um comentário: “Mudar as coisas me interessa mais! Vamos à luta!”.

Herança

Candidata ao Buriti pelo PSOL, Keka Bagno revela que tem excelente relação com Leandro Grass e que espera “um ótimo processo para nós”. Ressalta, porém, “como é ruim que uma mulher, que estava à frente da disputa eleitoral, ter sido preterida”. A partir daí, em tentativa de credenciar-se para herdar a fatia do eleitorado que ficaria com Rosilene Corrêa, registra que “até então, sou a única negra e a única mulher na disputa do governo do DF. Isso diz muito”.

Batendo bola

A deputada brasiliense Celina Leão visitava o Guará quando lhe falaram de um moleque bom de bola que havia aparecido por lá. Celina não teve dúvidas. A caráter, entrou em uma quadra onde estava o garoto. Protagonizaram quase meia hora de bate-bola, com direito a longos períodos sem deixar a própria cair. Saíram aplaudidos.

Climão

Criou-se um climão em depoimento do ministro da Justiça, Anderson Torres, à Comissão de Segurança da Câmara dos Deputados. Oposicionista desde que se solidarizou com o irmão, funcionário do Ministério da Saúde hostilizado pelo presidente Jair Bolsonaro, o deputado brasiliense Luís Miranda fustigou o ministro. Perguntou-lhe sobre reajuste da Polícia Federal, em tom agressivo: “por que o presidente prometeu aos nossos policiais federais, à PF, aumento, que já deveria ter ocorrido, mas recuou?” Anderson Torres, também brasiliense, saiu pela tangente. Disse que a questão agora está com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Miranda insistiu: “o que aconteceu que a fala de um ministro e de um presidente perdeu valor”. Restou a Anderson dizer que agora é uma questão de dinheiro. Miranda repetiu o questionamento. Dessa vez o ministro ignorou.

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