Integrantes das campanhas de dois dos candidatos ao Buriti que participaram do debate da Band, no último domingo ficaram decepcionados com o nível. Acharam que houve muita mentira e muita agressão gratuita. Ficou claro também que, como seria de se esperar, criaram-se vários joguinhos entre adversários só para mirar em quem está à frente nas pesquisas, o governador Ibaneis Rocha. Faz parte da estratégia habitual das campanhas. De qualquer forma, e excetuando algumas boas surpresas, o nível dos candidatos é pior que a eleição passada. O próprio modelo do debate, embora aprovado por representantes de todos os candidatos, deixou pouco tempo para falar de propostas e de realizações. Observadores interessados, como o candidato do Partido Novo, Paulo Roque, registraram esses problemas. “Claramente, houve falta de propostas para o Distrito Federal, apenas ideias soltas, seja da oposição, seja do governo”, avaliou Paulo Roque.
Quem é esse aí, afinal?
Usando o Google Trends, aplicativo que faz pesquisa de interesse ao longo do tempo monitorando redes, equipe do candidato Rafael Parente, do PSB, constatou que os nomes do próprio Rafael Parente e de Keka Bagno, do PSOL, foram os mais pesquisados no Google durante e após o debate. A seguir vieram Leandro Grass, da federação PT-PV-PCdoB e Izalci Lucas, do PSDB. Seriam políticos menos conhecidos que despertaram interesse dos internautas por sua participação nos debates.
No fim das contas, já são sete com Ibaneis
Após uma série de idas e vindas, o PROS ficará mesmo no palanque do governador Ibaneis Rocha. Sucessivas decisões judiciais alternaram a presidência nacional do partido entre o fundador Eurípedes Júnior e seu desafeto Marcus Holanda. Na quarta mudança consecutiva, Eurípedes se segurou. Dessa vez a sentença é de ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski. Eurípedes se comprometeu a apoiar Ibaneis no Distrito Federal e quer, no plano federal, ficar com Lula, não com o coach Pablo Marçal, lançado pelo partido semanas atrás. O novo presidente regional do PROS, Berinaldo Pontes, levou dirigentes partidários para manifestar seu apoio a Ibaneis e Celina Leão. Com isso, Ibaneis já fechou o apoio de sete partidos: MDB, PP, PL, PTB, Agir, Solidariedade e, agora, PROS.
Para deputado federal
Consequência da saída de Reguffe foi também a desistência do advogado Paulo Roque da candidatura ao Senado. Faria parte da chapa majoritária de Reguffe, que o apoiou até o fim e com quem mostrava uma sintonia ética. Paulo Roque entrou na chapa para deputados federais, com mais cinco filiados. A tendência do seu Partido Novo é disputar apenas as eleições proporcionais, sem cabeça de chapa. O alvo de Paulo Roque é o eleitorado de opinião, apostando em que possa ser uma grande surpresa, com a credencial de ter obtido mais de 202 mil votos para senador na eleição passada, mesmo tendo apenas alguns segundos no horário eleitoral.
Herança de Reguffe
Também no debate da Band, quatro dos sete participantes fizeram questão de se solidarizar com o senador José Antonio Reguffe, escanteado pelo União Brasil em cenas de trairagem explícita. Claro, estão de olho no espólio eleitoral do senador, que viu inviabilizar-se a possibilidade de se candidatar mesmo estando em segundo lugar nas pesquisas e com enormes chances de chegar a um segundo turno. Embora entre os candidatos esteja até um amigo pessoal e aliado de Reguffe, Rafael Parente do PSB, quem surge mais perto de herdar os partidos comprometidos com o senador é o ex-governador interino Paulo Octávio. Ele tem se reunido com o senador e se reuniu com presidentes de quatro partidos comprometidos com Reguffe. É verdade que a presidente do PRTB se acertou, poucas horas depois, com o tucano Izalci Lucas. Mas o presidente do PSC, Luiz Felipe Belmonte, fechou com Paulo Octávio a ponto de ser referendado como seu vice. Nesta segunda-feira, 8, foi a vez do Podemos, partido a que Reguffe se vinculou durante mais de dois anos no Senado.
Garantias do Tribunal Regional Eleitoral
O candidato do PSB ao Buriti, Rafael Parente, foi visitar o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal, desembargador Roberval Belinati, com o ex-governador Rodrigo Rollemberg e o presidente regional do partido, Rodrigo Dias. Ouviram dele a garantia de que o TRE dará todas as condições para garantir eleições ordeiras, limpas e pacíficas. Ele explicou como serão os procedimentos para garantir a lisura das eleições: são 610 locais de votação no DF, 35 mil pessoas trabalhando para isso, e além disso obteve da Polícia Federal a disponibilização de quatro drones próprios para fiscalizar, que se somarão aos drones da Polícia Civil e dos bombeiros. Os integrantes do PSB aprovaram.
Maconha entra na agenda eleitoral
Quem diria, a liberação da maconha vai virar tema eleitoral. Louise Ferreira de Souza, servidora pública de 42 anos, pretende defender abertamente a descriminalização do uso da Cannabis – isso mesmo, da maconha – no Brasil, principalmente sob o ponto de vista da economia, dos direitos individuais e do uso medicinal e recreativo, sem esquecer questões de segurança pública. Ela concorrerá com o nome eleitoral de Louise Verde e, assumidamente, promete levar para as ruas temas polêmicos que são evitados pela maior parte dos candidatos. Louise, o nome diz, tem longa militância no Partido Verde do Distrito Federal, de que é secretária de diversidades. A escolha desses temas não é aleatória. O PV diz que pesquisas internas realizadas a seu pedido mostram um público susceptível a estes assuntos e uma demanda reprimida de cerca de 15% da população, em especial jovens e mulheres, que esperam ver nos palanques o tratamento adequado destas pautas.
Procuram-se nomes para senador
Isolado desde o início da pré-campanha, o senador brasiliense Izalci Lucas está cheio de cargos vagos em sua chapa. Conseguiu enfim um aliado, o PRTB, que nunca elegeu ninguém no Distrito Federal, exceção feita a Liliane Roriz, filha do ex-governador Joaquim Roriz, que precisou de uma legenda de aluguel em momento difícil na vida partidária do pai. Mesmo o PRTB aderiu em troca de um belo cargo, o de vice de Izalci, entregue à sua presidente regional Beth Cupertino. Para as vagas de senador e dos dois suplentes, Izalci recrutou três funcionários de seu gabinete, apenas para contar com o registro da chapa. O posto de senadora ficaria com a professora Amabile, que já disputou eleições antes, sempre seguindo estratégias traçadas por Izalci. A expectativa do PSDB é preencher os três cargos com nomes indicados por partidos que venham a se aliar à candidatura do senador ao Buriti. A coligação de Ibaneis passa, portanto, a contar com sete partidos: MDB, PP, PL, PTB, Agir, Solidariedade e PROS.
Imagem e semelhança
Chegado a filmes de ação, um pré-candidato a governador deu um tempo na campanha e foi assistir Top Gun, de Tom Cruise. Achou que o enredo lhe lembrava alguma coisa perdida no passado, forçou a memória e foi conferir. Correto. Top Gun é uma cópia turbinada – ou, como se diz hoje, um remake – de um filme de 1964, 633 Squadron, que passou no Brasil como Inferno nos Céus. Lógico, tudo modernizado, pois Inferno nos Céus se passa na Segunda Guerra Mundial, os aviões são movidos a hélice, os inimigos são os nazistas. Mas a missão, destruir insumos que colocariam o mundo em risco, é a mesma, como é igualzinho o percurso dificílimo que os pilotos precisam fazer. Só há uma diferença. Em Top Gun, Tom Cruise consegue salvar toda a sua equipe. Em Inferno nos Céus morrem todos, menos um.