A sequência de mortes das emas dos jardins do Palácio da Alvorada repercutiu até em São Paulo. Não, não foi por conta da cloroquina.
É que, lembra o grande jornalista Luiz Roberto de Souza Queiroz, que tem entre suas especialidades a zoologia, houve um precedente muito parecido em outro palácio. Anos atrás, no Palácio dos Bandeirantes também ocorreu mortandade de emas.
O governador da época, Paulo Egydio, era sensível ao problema e mandou investigar. Descobriu-se então que a culpa era da Segurança. Como as emas comem qualquer coisa que brilhe, a turma da PM achava uma graça jogar balas de revólver para elas, que as engoliam.
Só que o chumbo reagia com os ácidos estomacais e se tornava um veneno mortal.
Como a ema defecava a bala antes de morrer, deu um trabalhão para descobrirem a causa. O mérito, completa Luiz Roberto, foi de Mário Autuori, cientista de peso que foi o grande impulsionador do Jardim Zoológico de São Paulo, um dos melhores do Pais.