Acostumada enfrentar o Judiciário, a presidente interina do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Distrito Federal (SindSaúde-DF), Marli Rodrigues, também evitou a Justiça do Trabalho do Distrito Federal (TRT-DF) ao simplesmente não comparecer a uma audiência marcada com meses de antecedência.
Na manhã da terça-feira, 3, em frente ao prédio da 9ª Vara da Justiça do Trabalho, sindicalizados do SindSaúde-DF fizeram forte protesto contra Marli, acusada de retirar dinheiro de precatórios.

O grupo pediu a confirmação pela Justiça do resultado da Assembleia Geral Extraordinária (AGE) que destituiu a dirigente do cargo em fevereiro deste ano, e elegeu uma junta governativa provisória para a entidade.
Após o resultado desfavorável na AGE, Marli ingressou na justiça pedindo a anulação da assembleia, além de criar uma onda de perseguição contra quem votou pela sua saída do SindSaúde.
A audiência de terça-feira teve como objetivo instruir o processo, e após ouvir as testemunhas, as partes apresentarão as alegações finais, para o magistrado poder proferir sua decisão sobre a validade da AGE nos próximos dias.
A audiência no TRT-DF só revelou mais uma vez o modus operandi de Marli, que não devolveu o dinheiro dos precatórios que ela vendeu à empresa Cia Toy Brinquedos, e que não está nem aí para os sindicalizados lesados e que pouco liga para a justiça do trabalho.
Marli simplesmente não compareceu, nem apresentou motivo para não ter comparecido. Segundo relatos, ela deve ter ficado com receio de encontrar os sindicalizados que ela furtou. Aliás, o grupo (formado em sua maioria por servidores aposentados da Saúde), estava segurando cartazes com dizeres contra Marli.
Tem bala na agulha
De todo jeito, não se pode menosprezar o peso de Marli. Se o MDB do Distrito Federal tem representação no Congresso Nacional, isso se deve a ela.
O puxador de voto do MDB brasiliense, claro, foi o ex-distrital Rafael Prudente, que teve 121 mil votos. Mas ele, sozinho, não conseguiria chegar ao quociente eleitoral.
Contou para isso com o ex-secretário Alírio Neto, que alcançou 10 mil votos e completou o esquema com Marli, que concorreu com o codinome Marli da Saúde. Teve 7.800 votos, que ajudaram a chegar lá.