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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Magela na disputa do Senado

Perdemos a indicação ao governo por causa disso”, comenta Geraldo Magela

Eduardo Brito

20/05/2022 5h00

Atualizada 19/05/2022 19h01

Foto: Agência Brasil

O ex-deputado e ex-secretário Geraldo Magela mantém sua candidatura a senador pelo PT, apesar da reação da sindicalista Rosilene Corrêa, que disputava com ele a indicação do partido para o Buriti. Uma vez escolhido o distrital Leandro Grass pela direção nacional petista, Magela anunciou sua candidatura ao Senado. Agora é Rosilene que faz o mesmo. Prevalece a interpretação de que Rosilene foi colocada no páreo do Buriti como anti-Magela, por adversários dele no partido. O ex-deputado reconhece que as disputas internas no PT acabam sendo fatores de desagregação, como aconteceu no caso da candidatura ao governo. “Perdemos a indicação ao governo por causa disso”, comenta Geraldo Magela. Só para lembrar, é a primeira vez desde a retomada das eleições diretas que o PT não concorre ao Buriti com um nome do partido.

Militância

De qualquer forma, até Rosilene Corrêa reconhece que a escolha para o Senado passará novamente pelo comando nacional do PT. Magela tem bom relacionamento com a cúpula e encontra nela receptividade à sua candidatura a senador. Também caberá ao PT a indicação do vice de Leandro Grass, mas nenhum nome está em cogitação. Magela lembra que a militância petista não gostou da escolha de um nome de fora, mesmo estando dividida. “Agora”, diz ele, “não se pode perder a militância”.

Imagens coladas

Em cinco dias, o ex-senador Paulo Octavio participou de três eventos com o governador Ibaneis Rocha. O mais recente foi o almoço do grupo Lide, presidido por Paulo Octavio, em que Ibaneis falou para os maiores empresários do Distrito Federal. Antes disso, estiveram diante de um público muito maior, a entrega de lotes e de moradias para pessoas com deficiência, em uma grande festa em Ceilândia. Em seguida, durante típica programação de campanha, Paulo Octavio acompanhou Ibaneis na Feira do Guará, com direito a almoçar um pratinho modesto. Está mais do que claro que, apesar dos reiterados compromissos do governador com a candidatura de Flávia Arruda para o Senado, Paulo Octávio vem colando sua imagem à de Ibaneis. Já disse que apoiará a reeleição do governador. E também mantém sua própria candidatura para o Senado, com a certeza de legenda do PSD, por ele controlado.

Nova pesquisa mostra vantagem de Ibaneis

Começou a circular nova pesquisa de intenções de voto no Distrito Federal. Mostra vantagem de Ibaneis, com 28% das intenções de voto na versão espontânea e com 37% na estimulada. Nos dois casos a intenção supera a soma dos adversários. Só que essa pesquisa não é registrada, o que dificulta até sua divulgação, embora tenha número padrão de entrevistas – 1.200 – distribuídas corretamente por sexo, idade, escolaridade e PEA, renda. Seus dados, porém, se aproximam da pesquisa, esta sim legalmente registrada, que foi divulgada pelo Metrópoles. Até a rejeição a Ibaneis coincide.

Flávia bem na foto

Na disputa para o governo, o único outro nome a passar dos 15% foi a deputada Flávia Arruda, que não é candidata ao cargo. Seu nome foi testado apenas em cenário sem Ibaneis. Ainda na estimulada, concorrendo com Ibaneis, o senador José Antônio Reguffe aparece em terceiro lugar, empate técnico com a segunda colocada, senadora Leila Barros, ambos longe do atual governador. Na esquerda, o melhor desempenho foi o de Leandro Grass, do PV, bem acima de Rosilene Corrêa e de Keka Bagno. A diferença maior em relação à pesquisa do Metrópoles não ocorre nas eleições locais, mas nas presidenciais. A nova pesquisa aponta ligeira vantagem de Lula sobre Bolsonaro, tanto no primeiro quanto no segundo turno, enquanto a do Metrópoles apresenta vantagem de Bolsonaro, também por pequena margem. Tudo perto da margem de erro.

Difícil, muito difícil

Com base nas últimas pesquisas já divulgadas, em especial a do Metropoles, o ex-governador Rodrigo Rollemberg chegou a uma conclusão. “Se juntar Rafael Parente, Reguffe, Leila com PDT e Leandro com sua Federação vencemos a eleição”, afirma ele, referindo-se à corrida ao Buriti. Ou seja, seria preciso algum tipo de composição entre PSB, União Brasil, PDT, PV, PT e PCdoB, sem falar em PSDB e Cidadania. O próprio Rollemberg conclui: “é difícil construir” essa alternativa, ainda que cite o falecido Eduardo Campos, que costumava dizer que “se não fosse difícil não seria para nós”.

Passagens subterrâneas

O governador Ibaneis Rocha inspecionou as obras das passagens subterrâneas do Plano Piloto, que estão sendo recuperadas. “Estamos trabalhando para acabar com o sentimento de insegurança e esquecimento deixado por gestões passadas”, alfinetou. Estão sendo feitas reformas na rede de drenagem, limpeza de paredes, substituição de lajotas danificadas, troca de corrimãos, iluminação em LED e troca de rampas de acesso. Resta ver como ficará policiamento para essas áreas, onde o temor maior está nos assaltos.

Tucanos com MDB

O senador brasiliense Izalci Lucas integrará a missão da cúpula nacional do PSDB que irá a São Paulo conversar com o ainda candidato João Doria no começo da próxima semana. Por enquanto, prevalece a posição de tucanos e emedebistas de que a candidata única da terceira via deve ser a senadora Simone Tebet, do MDB. A direção do PSDB avalia que Simone Tebet pode ter um desempenho eleitoral melhor basicamente por três razões: é mulher, ainda pouco conhecida e por esse motivo tem baixa rejeição, podendo ir mais longe do que o ex-governador paulista. Na verdade, o mais insuperável problema de Doria é a alta rejeição que sofre em São Paulo, praticamente instransponível. Se não terá como vencer nos demais, nem no Distrito Federal. Foi o que aconteceu em 2014 com Aécio Neves em Minas, com o famoso slogan petista “quem conhece, não vota”. Aécio perdeu a eleição presidencial porque perdeu em seu estado.

Oposição e situação

No Senado, Izalci Lucas e Simone Tebet têm bom trânsito. Resta um problema: o tucano Izalci estaria apoiando o MDB a nível nacional e fazendo-lhe ferrenha oposição no plano do Distrito Federal. Não é problema jurídico-partidário caso na composição do acordo acerte-se liberar os candidatos majoritários tucanos já que o cabeça de chapa natural não será mais do partido. Restará, é verdade, certo mal-estar político-eleitoral.

Agentes do Detran

Os agentes de trânsito do Detran-DF aprovaram em assembleia a criação do sindicato e do estatuto para a categoria. O resultado do encontro é um marco histórico para os integrantes da função que buscam uma entidade que os representem. Para presidir o sindicato, os agentes escolheram Adjayme Melo.

Duas ressurreições

Eleição faz milagre. Dois ex-distritais, sem mandato desde o início da década passada, entram com força na campanha deste ano. Alírio Neto, com dois mandatos e duas passagens bem-sucedidas na Secretaria de Justiça, perdeu as duas últimas eleições. Em 2014 concorreu a deputado federal, teve quase 80 mil votos, mas perdeu por conta do quociente eleitoral. Na eleição seguinte, ensaiou candidatura a governador, mas virou vice de Eliana Pedrosa, que saiu na frente e acabou em quinto lugar. Agora tenta mais uma vez a Câmara dos Deputados, pelo MDB, mesmo sabendo que desta vez o desafio do quociente se torna ainda maior. De qualquer forma, Alírio tem a simpatia do governador Ibaneis Rocha, que já o indicou diretor do Detran no início do mandato.

Após 12 anos

A segunda tentativa de retorno é empreendida por Benício Tavares, que até presidente da Câmara Legislativa foi, durante quatro mandatos sucessivos. Em 2011 sofreu vários processos e se tornou inelegível por conta de acusação de abuso de poder econômico, mas recuperou-se com as mudanças na legislação relacionada à improbidade administrativa. Teve recurso deferido pela juíza eleitoral Vanessa Maria Trevisan, e tenta retornar à cadeira de distrital pelo PROS.

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